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Estadão
Publicado em 29 de julho de 2024 às 14:09
Kelvin Hoefler não conquistou sua segunda medalha olímpica. Prata nos Jogos de Tóquio, em 2021, no skate street, o brasileiro de 31 anos terminou a final da modalidade na Olímpiada de Paris-2024 em sexto lugar, após uma prova de altíssimo nível, e o Brasil encerrou o terceiro dia de Jogos sem medalha. Embora tenha protagonizado bons momentos, Kelvin chegou à última manobra precisando de uma nota muito alta para subir o pódio e não conseguiu completar a tentativa. >
A maior celebração, mais uma vez, foi do Japão, que alcançou o ouro com Yuto Horigome, agora bicampeão olímpico, graças a uma histórica nota 97,08 em sua última manobra, o que lhe rendeu a pontuação total de 281,14. A prata e o bronze ficaram, respectivamente, com o americano Jagger Eaton (281,04) e seu compatriota Nyjah Houston (279,38), considerado uma lenda do skate street, mas que ainda não tinha medalha olímpica.>
Na disputa do street olímpico, os competidores correm duas voltas de 45 segundos e apenas a mais alta conta. Depois, são cinco tentativas de manobras, das quais são validadas as duas com maiores avaliações.>
A primeira volta do Kelvin foi muito consistente. Certeiro nas variações de "flip" e utilizando bem os caixotes, animou o público na Praça da Concórdia com uma apresentação de erros mínimos, finalizada em alta rotação com um "backside noseblunt" no corrimão.>
O sorriso no rosto do paulista ao final da volta indicava esperança de talvez receber nota acima de 90,00, mas teve de se contentar com o 87,25 atribuído pelos juízes. Tal pontuação o deixou em quarto lugar ao fim da primeira corrida, atrás da dupla japonesa Sora Shirai (90,11) e Yuto Horigome (89,90), medalhista de ouro nos Jogos de Tóquio, e do eslovaco Richard Tury (87,75).>
Quando desceu para a segunda volta, o skatista paulista mostrou muita precisão até tentar elevar o nível com uma manobra mais complexa, o "flip frontside nosegrinde", e acabar no chão ao não conseguir concluí-la. Pontuou apenas 38,74 e ficou com o 87,25 contando com sua maior nota de voltas, levando-a para somar com as duas melhores manobras na parte final. Os adversários elevaram o nível e ele caiu para a sexta colocação. Assim, a etapa de voltas terminou com Nyjah Huston (93,7), Jagger Eaton (91,92) e Shirai (90,11) como os três melhores.>
Assim como Rayssa Leal fez na conquista do bronze no street feminino, Kelvin precisava brilhar nas manobras individuais para ir ao pódio. Foi o que fez logo na primeira das cinco tentativas, avaliada em 90,14. O brasileiro queria mais, como indicou balançando a cabeça. O nível da disputa estava muito alto, tanto que seis skatistas arrancaram notas acima de noventa na primeira rodada de manobras. Kelvin chegou a ficar em terceiro, mas caiu para sexto.>
Em sua segunda manobra, o skatista paulista errou a manobra e zerou. Restavam, portanto, três tentativas para tentar superar os adversários. A briga pelo ouro concentrava-se em Nyjah, Eaton, Shirai e Horigome, enquanto Kelvin caía na classificação, batendo em sétimo. A recuperação veio na terceira manobra, encaixada com precisão no corrimão para tirar 92,88 dos juízes e subir provisoriamente para terceiro, antes de ser ultrapassado por Tury.>
Kelvin errou quarta tentativa, tentando a mesma manobra que rendeu um 93,7 a Jaggaer Eaton, e foi para a última rodada sabendo que era tudo ou nada. Errou também a última manobra e acabou em sexto lugar.>