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Estadão
Publicado em 9 de agosto de 2024 às 23:34
Alvo de fake news e de comentários ofensivos na internet, a boxeadora Imane Khelif conquistou o ouro na categoria até 66kg e transformou uma jornada dramática vivida nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 em um final feliz e histórico. Khelif bateu a chinesa Yang Liu por unanimidade dos juízes e deu o segundo ouro para a Argélia nesta edição da competição. >
A luta foi de grande domínio por parte de Imane Khelif, que desde o primeiro round conseguiu aplicar sequências de cruzados na adversária. Yang Liu devolveu com um golpe direto, mas a vantagem foi para a argelina na primeira etapa. O segundo e terceiro round seguiram o mesmo ritmo, com a argelina sofrendo poucos ataques e controlando o combate.>
A torcida presente no estádio de Roland Garros, que sediou os jogos de tênis e a final do boxe, se mostrou determinada a apoiar a lutadora, que parecia lutar em casa.>
No fim, ao contrário de algumas adversárias da boxeadora argelina, Yang Liu cumprimentou Imane Khelife fez questão de levantar os braços da adversária, valorizando sua vitória em terras parisienses.>
A medalha de ouro vem depois de uma importante declaração do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, ao afirmar que a participação da boxeadora nos Jogos não se trata de uma ação de inclusão, mas sim de justiça. Isso porque Imane Khelif precisou ter a vida pessoal exposta para provar que não era uma mulher trans.>
Seu pai chegou a vir a público para mostrar fotos e sua certidão de nascimento para garantir que a atleta era, de fato uma mulher Mesmo assim, Khelif seguiu sendo alvo de bullying na internet e atos desrespeitosos das adversárias no ringue.>
"Essa não é uma questão de inclusão, é de justiça. Mulheres têm o direito de participar em competições femininas. Vi uma transcrição da entrevista coletiva dessa organização e não estava claro nem que teste foi feito nem que resultados foram produzidos", disse. Bach.>