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Vítima de feminicídio levava medidas protetivas no bolso ao ser morta

Depois de matar gari a facadas, motoboy pulou na frente de ônibus

  • D
  • Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2019 às 19:17

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Reprodução

Jacqueline Pereira dos Santos, 37 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro em Santa Maria, no Distrito Federal, na segunda-feira (6). Antes de ser morta pelo motoboy Maciel Luiz Coutinho da Silva, 41, ela chegou a mandar mensagens para uma amiga afirmando que temia pela sua vida e que estava pronta para tudo. “Estou preparada para tudo, matar ou morrer", dizi um dos áudios achados no celular da vítima. No bolso dos fundos da calça de Jacqueline estavam os documentos de medida protetiva contra Maciel.  (Foto: Reprodução) A gari foi morta na frente de casa. Maciel fugiu pulando o muro e depois pegando uma moto. Ele seguiu pela BR-040 até a altura de Luziânia (GO), quando tirou o capacete e se jogou em frente a um ônibus. O motoboy morreu na hora.

No celular de Jacqueline, a polícia ainda encontrou uma mensagem enviada pelo assassino em que ele admitia que era obcecado por ela. “Amor, é o seguinte: tudo o que você falou é verdade mesmo. O amor que eu sinto por você é doentio mesmo. Na minha cabeça, todo mundo que se aproxima de você é porque te quer. As suas amigas querem tirar você de mim”, diz Maciel no áudio, postado pelo site Metrópoles. Apesar de confessar seu envolvimento doentio, ele diz que iria respeitar a vontade da ex. "Talvez, lá no futuro, a gente possa se encontrar novamente. Neste momento, eu preciso ficar longe mesmo. Essa medida protetiva foi até boa, porque dessa forma eu vou conseguir me manter mais longe de você", garante.

Ouça:

Jacqueline encaminha o áudio do ex para uma amiga e envia outro comentando."Ainda não falei nada. Estou indo para casa agora, bater o ponto, e vou ver o que dá. Estou preparada para tudo. A partir de agora, preparada para tudo, matar ou morrer", diz.

Proteção Jacqueline e Maciel tiveram uma relação de mais de 20 anos. Ela fez várias denúncias de agressões que sofreu do companheiro e recentemente pediu uma medida protetiva de urgência contra ele à Justiça. A proteção foi deferida. 

Em 8 de março, ela foi até a Vara de Violência Doméstica de Santa Maria pedindo pela revogação da decisão. No dia 13, por conta do pedido, as medidas foram revogadas. Já em 26 de abril, Jacqueline foi à delegacia fazer novas denúncias contra Maciel. Um dia depois, a Justiça deferiu novas medidas protetivas, que determinavam que Maciel deveria manter distância de 700 metros da gari, não deveria entrar em contato e não podia frequentar o local de trabalho da ex. No dia 29, Jacqueline foi informada da nova decisão. 

Maciel não foi preso porque o inquérito policial ainda não havia sindo concluído, segundo o Ministério Público.