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Ademi
Publicado em 28 de junho de 2018 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Estamos vivendo a era da digitalização da construção civil. Com possibilidades como o Building Information Modeling (BIM), os setores de engenharia, arquitetura e construção se mobilizam para a elaboração de projetos mais tecnológicos, confiáveis, menos demorados e orçamentos reduzidos de forma colaborativa.
O BIM nada mais é que um aglomerado de métodos, processos, softwares e tecnologias que possibilitam a construção virtual de um empreendimento de forma precisa. Diferente do CAD, que elabora maquetes 2D ou 3D, o BIM permite a incorporação da quarta e quinta dimensão.
Isso significa que, além do desenho em até três dimensões, há uma análise do ciclo de vida da obra com exatidão, incluindo tempo e custos, através da automatização de alguns dos processos de programação, riqueza de detalhes, documentação, fabricação, logística da operação e manutenção. Desta forma, os responsáveis pela obra podem ter uma visão geral do projeto antes que ela seja iniciada, permitindo o gerenciamento das informações de forma mais inteligente ao longo de todo o processo, calculando custos reais através dos dados que dizem – com exatidão – qual a duração da obra, quanto de material será utilizado e até o custo final.
Outra vantagem é que a visão antecipada do resultado evita que uma instalação elétrica se choque com canos ou vigas ou saber se uma porta terá o espaço necessário para sua abertura, garantindo mais qualidade na concepção arquitetônica e também na manutenção predial.
O uso do BIM tem sido defendido ao redor do mundo, com grandes investimentos de países da Europa e da América Latina. Na Espanha, por exemplo, uma nova lei de Contratos do Setor Público estabeleceu a possibilidade de exigir que os projetos apresentados sejam feitos com o BIM ou com alguma metodologia semelhante. Até o final deste ano, seu uso será obrigatório.
No Brasil, a adoção deste método ainda está acontecendo de forma comedida, mas deve ganhar fôlego após o lançamento da Estratégia BIM BR, realizada pelo Governo Federal, que instituiu o Decreto nº9.377 em maio deste ano. Com este importante passo, o Governo pretende criar um ambiente adequado para investimentos relativos ao BIM.
Espera-se que, a partir disso, tanto as obras públicas quanto as de iniciativa privada ganhem mais transparência no uso dos recursos financeiros e na mão de obra, evitando superfaturamentos e desperdícios. Em São Paulo, o Prêmio de Excelência BIM, realizado no último dia 20, reuniu cases de sucesso que já foram aplicados na área.
Algumas incorporadoras baianas já fazem uso do BIM desde 2014, como é o caso, da Conie Empreendimentos, que entregou o Edifício Miramar em 2016, todo projetado com o uso do BIM. A Concreta e a Ampla Engenharia também já fazem o uso da ferramenta.
Nós, da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia, estamos acompanhando esta movimentação com inquietação e esperança. Durante o Prêmio Inovação Acadêmica, em que premiamos projetos de destaque das universidades, vimos grandes apresentações utilizando o BIM de forma contundente e inovadora.
O olhar avançado destes jovens demonstra a necessidade do setor de abrir ainda mais as portas e os investimentos para uma forma de trabalho fácil, fluida e coletiva, unindo os especialistas de um projeto, como arquitetos, engenheiros, incorporadoras na elaboração de novas ideias mais assertivas e transparentes, menos custosas e melhor projetadas.