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Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2017 às 07:32
- Atualizado há 2 anos
Três cidades do Extremo Sul da Bahia - Eunápolis, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro - estão sendo alvo na manhã desta terça-feira (07) de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga contratos fraudados em valores de aproximadamente R$ 200 milhões.>
Segundo a PF a operação, batizada de Fraternos, tem o objetivo de "desarticular organização criminosa criada por prefeitos parentes entre si, responsáveis por fraudar licitações nas prefeituras".>
Os prefeitos José Robério Batista de Oliveira (PSD), de Eunápolis, Claudia Oliveira (PSD), de Porto Seguro, e Agnelo Santos (PSD), de Santa Cruz Cabrália, foram afastados dos cargos por ordem da Justiça Federal e ainda são alvos de mandados de condução coercitiva - quando são levados para prestar depoimento.>
O CORREIO entrou em contato com as prefeituras, mas não teve retorno até o momento. A PF chegou a pedir a prisão dos três prefeitos, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou.>
Em 2012, quando ainda era candidata, Claudia apareceu em um vídeo debochando sobre um possível desvio de verba de orçamento da cidade. O vídeo foi divulgado pelo jornal O Globo. >
Cerca de 250 policiais federais, com apoio de 25 auditores da Controladoria-Geral da União e de membros do Ministério Público Federal, cumprem, nos estados da Bahia, São Paulo e Minas Gerais, 21 mandados de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 42 de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.>
As investigações, de acordo com a investigação da PF, apontam que as prefeituras envolvidas contratavam empresas relacionadas ao grupo familiar para fraudar licitações, simulando a competição entre elas.>
"Após a contratação, parte do dinheiro repassado pelas Prefeituras era desviado, utilizando-se de 'contas de passagem' em nomes de terceiros para dificultar a identificação do destinatário final dos valores arrecadados, que, em regra, retornavam para membros da organização criminosa, inclusive através de repasses a empresa de um dos prefeitos investigados. Essas mesmas empresas também eram utilizadas para a lavagem do dinheiro ilicitamente desviado", afirmou a PF, em nota. >
Em um dos casos investigados, uma das empresas do esquema tinha como sócio um ex-funcionário de outra empresa do grupo criminoso, que teria investido R$ 500 mil na integralização do capital. Os policiais federais descobriram, no entanto, que a renda mensal do ex-funcionário era de apenas R$ 800 à época. >
"Os policiais identificaram uma verdadeira 'ciranda da propina' na qual as empresas dos parentes revezavam as vitórias das licitações para camuflar o esquema e, em muitos casos, chegavam ao extremo de repassar a totalidade do valor contratado na mesma data do recebimento a outras empresas da família", destacou a PF.>
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.>