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Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2023 às 20:07
- Atualizado há 2 anos
Nas arquibancadas a torcida deu show e fez sua parte. Em campo, o Vitória se esforçou até o fim, mostrou força de recuperação dentro do jogo, mas perdeu para o Atlético Goianiense por 3x2 na noite deste domingo (14) de Dia das Mães. Apesar do revés apertado, o rubro-negro se mantém na ponta da tabela da Série B com 15 pontos conquistados, um a mais que o Criciúma, segundo colocado. A distância para o Botafogo-SP, primeiro time fora do G4, segue confortável com três pontos de distância. Já o Vila Nova, 6º colocado, tem 11 pontos e um jogo a menos.
Os gols do Dragão foram marcados por Luís Fernando e Bruno Tubarão, ainda no primeiro tempo, e Kelvin, no segundo. Do lado rubro-negro, o time esteve atrás do placar durante toda a partida, mas quase empatou duas vezes com os gols marcados por Osvaldo e Tréllez, ambos na etapa final. A equipe comandada por Leo Condé perdeu a oportunidade de igualar o recorde histórico do Corinthians na Série B de 2008, que venceu os seis primeiros jogos e é a única equipe a conseguir este feito.
A próxima parada do Vitória é diante do Mirassol, fora de casa, que segue na cola do G4 e tem dez pontos conquistados. A partida será na próxima sexta-feira, às 19h. O volante Rodrigo Andrade recebeu o terceiro cartão amarelo no jogo e já é desfalque confirmado para a partida contra a equipe paulista.
No Barradão, o Vitória entrou em campo com uma mudança em relação ao último jogo diante do Ceará. Giovanni Augusto, com lesão na coxa, foi vetado pelo departamento médico e Matheusinho foi a escolha do técnico Léo Condé para o onze inicial do Leão. Com a troca, Osvaldo foi deslocado da ponta para o meio do campo e Matheusinho ocupou o lado direito. No primeiro tempo a dinâmica não foi efetiva e a equipe goiana foi dominante em boa parte dos 45 minutos.
Matheusinho se isolou no lado direito e não teve a companhia do lateral Zeca na construção das jogadas, que teve postura mais defensiva. Pelo meio, Osvaldo não conseguiu construir jogadas e serviu poucas bolas aos companheiros de ataque, principalmente a Welder, fixo como centroavante e que pouco saiu da área. O camisa 9 fez um jogo abaixo, não finalizou e saiu durante o segundo tempo para a entrada de Santiago Tréllez.
O Atlético soube se portar jogando contra o líder da Série B e, mesmo sem ter a maior posse de bola, controlou o ritmo de jogo e impediu que o Vitória investisse em jogadas de velocidade pelas pontas, onde tem jogadores que sabem desequilibrar no 1 contra 1, como Zé Hugo e o próprio Osvaldo. O Dragão foi extremamente eficiente e, das três oportunidades claras que teve no primeiro tempo, colocou duas na rede.
O primeiro saiu dos pés de Luís Fernando, que recebeu bom cruzamento do lateral direito Rodrigo Soares e, sozinho na área, chapou de primeira no canto de Lucas Arcanjo. 1x0. Esse foi o primeiro gol sofrido pelo Vitória no campeonato. O placar reverso despertou no time e na torcida uma situação que ainda não tinha sido experimentada nessa Série B. Como o Vitória se comportaria ao sair atrás do placar?
A primeira resposta foi negativa. Três minutos depois, Osvaldo erra um passe na intermediária de defesa, Igor Torres recebe a bola pelo lado esquerdo do campo e cruza rasteiro. O meia Shaylon não chegou na bola, mas viu o companheiro Bruno Tubarão bem posicionado para tocar a bola para o gol e ampliar o placar: 2x0.
Antes disso, Igor Torres havia levado perigo para a meta de Arcanjo com um chute forte rasteiro de fora da área, que foi bem defendido pelo goleiro do Leão. Até os 35 minutos de jogo o Vitória não tinha obrigado o goleiro Ronaldo, formado nas categorias de base e ex-jogador do clube, a fazer nenhuma defesa importante. A primeira delas, inclusive, saiu em um lance que não valeria por impedimento. O zagueiro Wagner Leonardo desviou um chute de cabeça no contra pé do goleiro, que voou na bola e tocou para escanteio. A 'lei do ex' parecia estar funcionando melhor para o arqueiro do Atlético.
Recuperação
O jogo foi para o intervalo sem uma grande apresentação rubro-negra, mas a equipe retornou para a etapa final com o ânimo renovado e um poder de reação que animou a torcida nas arquibancadas, que voltou a empurrar o time. A desvantagem de dois gols parecia ser questão de tempo para ser diminuída, já que o cenário agora era de um Vitória mais efetivo no ataque e um Atlético que não conseguia ficar com a bola e ditar o ritmo de jogo.
Taticamente houve um fator importante para a mudança de comportamento do Leão. Condé voltou a utilizar Osvaldo pelo lado de campo e, desde o começo da segunda etapa, o atacante se mostrava mais confortável e efetivo nos lances individuais. O primeiro gol do Vitória foi uma prova disso, aos 19 minutos.
O lance começa com um quase gol do Atlético, quando Lucas Arcanjo fez um milagre no chute de Luís Fernando dentro da grande área. O goleiro se levantou rápido e acionou direto Osvaldo no campo de ataque, que saiu do lado direito, deixou o marcador do Atlético no chão e finalizou cruzado. O chute ainda desviou no bico da chuteira do jogador goiano e entrou de mansinho na rede.
Ali o torcedor acreditou no empate, mas tomou um banho de água fria com mais um lance efetivo do Atlético Goianiense. Aos 32, Luís Fernando recebeu a bola após desarme perto da grande área, rolou a bola para Kelvin na ponta direita e o atacante deixou dois jogadores do Vitória para trás antes de finalizar. O chute cruzado ficou fora do alcance de Lucas Arcanjo e foi motivo de desânimo para a torcida rubro-negra no Barradão.
Blitz no ataque
Mais uma vez o time de Léo Condé mostrou que há espaço para competir mesmo estando atrás do placar. É bem verdade que o segundo gol saiu tarde demais, aos 44 minutos, mas antes disso o Vitória flertou com o empate diversas vezes. As modificações feitas pelo treinador foram positivas no setor ofensivo. Além da entrada de Tréllez, Rafinha voltou a ganhar minutos em campo e quase marcou duas vezes.
Na primeira, um minuto antes do gol, o atacante ficou com a bola limpa na grande área e bateu forte. Emerson Santos, do Atlético, se atirou na bola e bloqueou a trajetória. Já aos 49, Rafinha recebeu o passe a bateu de primeira, mas acertou a rede pelo lado de fora.
O gol marcado pelo colombiano saiu após bom cruzamento do lateral esquerdo Marcelo. Diego Torres dominou mal a bola, mas foi o suficiente para amaciar a redonda para o centroavante. O camisa 22 acertou uma bomba no ângulo e fez o 3x2. Àquela altura o empate já seria um ótimo resultado para o rubro-negro.
Outras chances grande de marcar saíram dos pés de Zeca, que também bateu na rede de fora do gol, e Diego Torres, que também chutou bem mas foi bloqueado pelo zagueiro Ramon, também ex-Vitória.
O empate não saiu, mas os aplausos da torcida no fim mostram que o time não sabe aproveitar apenas as fragilidades do adversário quando sai na frente do placar. Em uma Série B equilibrada como essa, o Vitória com certeza precisará mostrar mais força para sair dos placares negativos e, em jogos como esse, ser mais efetivo nas chances criadas.
Vitória 2x3 Atlético-GO (Série B do Brasileiro – 6ª rodada)
Vitória: Lucas Arcanjo; Zeca (Railan), Camutanga, Wagner Leonardo e Marcelo; Léo Gomes (Gegê), Rodrigo Andrade e Matheusinho (Rafinha); Zé Hugo (Diego Torres), Osvaldo e Welder (Tréllez). Técnico: Léo Condé.
Atlético-GO: Ronaldo; Rodrigo Soares, Gazal, Ramo (Emerson Santos) e Heron (Jefferson); Renato, Rhaldney, Bruno Tubarão (Marco Antônio) e Shaylon (David Braga); Luiz Fernando e Igor Torres (Kelvin). Técnico: Alberto Valentim.
Estádio: BarradãoGols: Osvaldo, Tréllez (Vitória) | Luiz Fernando, Bruno Tubarão e Kelvin (Atlético-GO)Cartões amarelos: Camutanga e Rodrigo Andrade (Vitória) | Luiz Fernando, Gazal e Heron (Atlético-GO)Público e renda: 29.107 torcedores | R$ 535 milArbitragem: João Vitor Gobi, auxiliado por Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Leandro Matos Feitosa (trio de SP)VAR: José Cláudio Rocha Filho (SP/Fifa)