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  • Foto do(a) author(a) Gabriel Galo
  • Gabriel Galo

Publicado em 10 de agosto de 2020 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

A final do Campeonato Baiano foi muito mais equilibrada do que a colossal distância orçamentária supunha. É como se ambos, Bahia e Atlético de Alagoinhas, se encontrassem no meio do caminho. O Bahia, muito abaixo de suas possibilidades; o Alagoinhas, forçando grandiosidade na hora da verdade. Era, pois, confronto de realidades díspares.

Depois de um primeiro jogo apático, exibindo o típico e infame brio dos últimos jogos, o Bahia decidiu jogar às favas as falas anteriores que diminuíam o estadual. Promoveu adiamento da estreia na Série A, prenúncio de que o time titular de Roger Machado pediria licença para não correr o risco de ver o pequeno-porém-valente Alagoinhas dar a volta olímpica em Pituaçu. Outra derrota no mesmo estádio, na mesma semana, era problema demais para lidar, indicativo inequívoco de urgência de mudança de rumos. E assim se fez.

Mas o time que entrou em campo no sábado, assim como nos dois jogos da final do Nordestão, parecia não entender o que estava em jogo. A apatia do tricolor da capital se repetia, para desespero da torcida, desgostosa com o momento.

O Atlético de Alagoinhas via o inimigo abatido e, ambicionando o troféu inédito, negado pelo mesmo adversário no longínquo 1973, clamava para si a glória. Que parecia ao alcance quando Magno Alves abriu o placar. A vantagem mínima, por óbvio, era perigosa. Era preciso fazer um resto de jogo sem direito a erros.

Veio, então, nem tão sorrateiro, o descuido. Em plena intermediária defensiva, de costas para o ataque e contra dois defensores tricolores, a firula de um drible sem propósito cedeu o contra-ataque com gosto de não ter jeito. Daniel, elevado à condição de talismã, empatou a partida, punindo quem ousou desobedecer a uma das mais básicas lições do manual do que não fazer em campo. Um achado para um Bahia sem criatividade.

Na disputa de pênaltis, Magno Alves, sempre ele, logo ele!, chutou para fora o primeiro arremate. Prolongado embate, apenas na oitava cobrança alternada – tal qual 2019, nas mãos do goleiro o pênalti do título contra o interior –, o Bahia finalmente pôde gritar que é campeão. Não apenas, pois também tricampeão, sequência que não se repetia desde 88, ano mitológico na história do clube.

Se, sim, deve comemorar o feito, a forma preocupa para o restante da temporada. Para sagrar-se campeão, o Bahia apelou para os titulares, mas nem assim foi capaz de vencer o Atlético de Alagoinhas, que pôs uma mão na taça, mas não as duas, e viu-se invicto em três partidas contra o tricolor na competição, enchendo-se de orgulho e motivação, com juras de que vai brigar pelo acesso na Série D.

No mesmo dia, o Vitória estreou na Série B e bateu o Sampaio Corrêa no Barradão por 1x0. A vitória, primeira da gestão Bruno Pivetti, é alívio para o rubro-negro, que voltou a repetir futebol paupérrimo e flertou com resultado pior. No que se junta ao Bahia num sem-saber para o decorrer da temporada, muito embora a expectativa rubro-negra nunca tenha chegado nem perto da que foi levantada para o tricolor.

No fim, o enredo transcreve-se mais ou menos assim: o Bahia não pode porque não quer; o Vitória quer, mas precisará de muito mais para poder; e o Atlético de Alagoinhas quer e talvez possa, se não errar nas suas horas mais cruciais.

Gabriel Galo é escritor