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Priscila Natividade
Publicado em 30 de novembro de 2015 às 09:19
- Atualizado há 2 anos
Orçamento apertado, salário corroído pela inflação e o poder de compra reduzido. A verdade é que a situação não está fácil para ninguém. Mas mesmo assim, muitas vezes o alívio pode estar naquela despesa do dia-a-dia que passou despercebida.
Especialistas em Educação Financeira são unânimes em afirmar que, mesmo depois de ter cortado muita coisa no orçamento, ainda dá para cortar mais. O CORREIO reuniu dez dicas que irão mostrar como garantir uma economia de 20% com estes pequenos (grandes) cortes que podem fazer - e muito - a diferença e assegurar até uma boa reserva.
Segundo o educador financeiro Angelo Guerreiro, o primeiro passo é identificar com o que está gastando, independente do valor. Guerreiro fez um levantamento de dez itens importantes do orçamento onde ainda dá para reduzir os gastos (veja no infográfico abaixo).
A economia chegou a R$ 3,6 mil com cortes pequenos em despesas como água, luz, telefone e internet, por exemplo. “Jogue no papel ou em uma planilha todos esses gastos para identificar os destinos e os usos de todos os seus recursos”, explica.O próximo passo e organizar estas despesas por ordem de importância e vê onde é possível reduzir ou até mesmo eliminar. “É preciso estabelecer uma meta em todos os itens de reduzir pelo menos 20% em cada um deles. Todos deverão passar pelo corte”.
Ainda de acordo com ele, a fórmula da economia diária é simples. “Os pequenos gastos não são tão pequenos como parecem. Basta multiplicar o valor de cada um deles por 12 vezes e somá-los. Aí você vai ver que com esse dinheiro dá para amortizar algumas mensalidades escolares ou até a viagem nas férias”, ressalta.
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Na ponta do lápisSeguindo à risca um planejamento financeiro, a nutricionista Arimar Brito , controla as contas na ponta do lápis. “A gente nunca sabe qual vai ser o dia de amanhã. Tento guardar e economizar em tudo. Já fazia isso antes, mas confesso que a crise me motivou mais ainda”, conta Arimar.
Ela mudou os hábitos e apostou em economizar nas pequenas coisas, desde a conta de luz até as refeições que fazia fora de casa. Com o esforço conseguiu destinar 30% do salário mensalmente para uma reserva financeira, economia que chegou a R$ 1 mil. A nutricionista Arimar Brito reavaliou os gastos e cortou os excessos. A sobra chega a R$ 1 mil por mês(Foto: Almiro Lopes/Correio)“Só conseguia guardar 5% do meu salário. Tirei todos os aparelhos da tomada, evito fazer refeição na rua, cortei os gastos com coisas supérfluas e só compro se puder pagar à vista”, afirma. “É uma coisa que parece pequena, mas que no final faz uma diferença enorme”, acrescenta.
Para o também educador financeiro Edval Landulfo, além de rever os hábitos de consumo, vale também buscar novas atividades que incrementem a renda. “Nos horários vagos, é possível buscar uma fonte alternativa de rendimentos para ser investida ou complementar as despesas”.
E mais: se for comprar algum produto ou contratar um serviço, pense, pesquise, pechinche e poupe. “Reavalie seu perfil de consumo e procure adequá-lo ao que realmente dá para fazer com o dinheiro que você ganha neste momento”, orienta.Dica da semana: economize mais1) Jogue no papel ou em uma planilha: Todos os gastos para identificar os destinos e os usos de todos os seus recursos.2) Defina prioridades: Corte, pelo menos, 20% do que costuma gastar em todos os itens listados. Troque marcas no supermercado, reveja valores e perfil de consumo dos planos de telefonia, celular, televisão e internet. Tente reduzir também o consumo nas contas de água e luz. 3) Lista: Se for comprar, saia de casa com tudo planejado antes e fuja das tentações de consumo. 4) Cartões de crédito: Se tiver mais de um, reveja se é mesmo preciso ter tantos cartões na carteira. Lembre-se que todos cobram taxas de anuidade e administração. 5) Comece a investir: Reserve 10% do seu salário para iniciar uma boa poupança. 5% para gastos emergenciais e os outros 5% para realizar sonhos. 6) Busque novas atividades: Vale pensar em uma fonte de renda extra que possa agregar ao salário e ajudar a segurar as despesas.7) Dívidas: Como a taxa de juros está muito alta, principalmente em linhas de crédito como cartão e o cheque-especial, tente trocá-las por uma outra, com taxas mais em conta, como empréstimos consignado ou pessoal. 8) Reveja seu perfil de consumo: Refaça todos os cálculos e adeque suas despesas ao salário que você ganha.9) Exercício contínuo: Diante do cenário econômico no qual o consumidor perdeu (e muito) o poder de compra, o esforço em economizar precisa ser diário e em família. Desperte na família a necessidade coletiva de reduzir os gastos da casa.10) Consumo: Pesquise, pechinche e pense muito bem antes de decidir fazer alguma compra ou contrair uma nova dívida. Vale a reflexão.[[saiba_mais]]