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Milena Hildete
Publicado em 12 de julho de 2018 às 17:21
- Atualizado há 2 anos
Dois homens suspeitos de envolvimento na morte de três seguranças no ensaio do Harmonia do Samba, em fevereiro do ano passado, foram mortos durante confronto com policiais no início da manhã desta quinta-feira (12), na Praia de Jauá, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Pablo Azevedo Vieira dos Santos, o “Marão”, e Mateus Rafael Passos Gomes dos Santos, o “Friza”, estavam dentro de uma casa quando foram surpreendidos por policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Coordenação de Operações Especiais (COE).
"Eles eram do Nordeste de Amaralina e estavam em Jauá há uma semana. Os dois estavam com documentos falsos e tinham mandados de prisão em aberto pela prática do triplo homicídio na frente do Estádio do Pituaçu", informou uma fonte da polícia. .
De acordo com informações do DHPP, entre os homicídios atribuídos a dupla, está a morte do cabo Gustavo Gonzaga da Silva, torturado e assassinado no bairro de Santa Cruz, no Nordeste de Amaralina, em 8 de junho deste ano. Ainda conforme as investigações do DHPP, Pablo e Mateus são responsáveis também pelas mortes de Jair do Nascimento Santos, Iuri Lopes Souza, Maílson Santos da Costa, Valter José de Freitas, Antônio Carlos Batista, Valter José de Freitas, Israel de Oliveira Celestino e Gilmar Maia Costa, ocorridas entre 2017 e 2018, também na região do Nordeste.
Com eles foram apreendidas duas pistolas calibres 380 e ponto 40, 13 munições de calibres ponto 40 e 380, além de dois aparelhos celulares, uma quantia em dinheiro de R$ 50 e um relógio.Os corpos dos suspeitos foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT). As armas foram encontradas com os dois suspeitos (Foto: Divulgação) Os seguranças Os três seguranças foram mortos no estacionamento do Estádio de Pituaçu, onde estava marcado um ensaio da banda Harmonia do Samba, no evento a Melhor Segunda-Feira do Mundo. Eles eram trabalhadores terceirizados e prestavam serviço, fazendo a segurança do evento.
Geraldo Mota Cunha e Derivaldo Rocha dos Santos, 34 anos, foram baleados e depois tiveram os corpos queimados pelos atiradores, morrendo no local. Márcio Rogério Bandeira foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas morreu a caminho do hospital.
Ambulantes faziam o descarregamento de bebidas no momento em que os bandidos executaram os homens. Dois homens com fardas do Exército e rostos pintados de verde estavam no local, segundo testemunhas - eles chegaram e afirmaram serem soldados, de acordo com uma comerciante de bebidas. Eles foram os responsáveis por atirar contra os seguranças. Local do crime ficou às escuras durante perícia (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Crime de vingança Segundo o delegado José Bezerra, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os três seguranças haviam acabado de chegar pela passarela para trabalhar no evento quando aconteceu o crime - os suspeitos já estavam no local. "Teve um veículo para fuga deles, um Gol", explica o delegado.
A perícia só terminou quase quatro horas após as mortes para determinar exatamente como os três foram mortos. De acordo com as informações iniciais, os seguranças foram vítimas de um crime de vingança e teria relação com a agressão de um homem durante o ensaio da semana anterior às mortes.
* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier