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Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2022 às 23:22
Áudios e prints com teor homofóbico de um 'grupo secreto' no Whatsapp, com servidores da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte de Araci, no nordeste da Bahia, vazaram e viralizaram nas redes sociais. Nas conversas, uma servidora pede a outro que pare de enviar novos funcionários LGBTQIA+ para o setor em que ela trabalha.>
Após uma conversa com especulações sobre a vida amorosa de outras pessoas, uma das integrante do grupo começa: "Que tanto veado junto. Consiga um homem para trabalhar na secretaria. Diabo de tanto veado".>
Em outros trechos, a conversa passa a desenrolar via áudio. A mulher então dá instruções para o colega falar com a prefeita do município, Keinha Jesus. "Zé, quando você estiver com Keinha, você fala: 'Keinha, as meninas da secretaria tá pedindo pra você mandar homem pra trabalhar lá'. Chega de tanto veado. Porque veado junto é problema.", diz. "Zé, tem que ter um homem aí pra animar. Minha gente, pra todo lugar que você olha só tem veado.", continua. >
Em outra parte da conversa, ainda em áudios, um homem avisa que tem uma pessoa em vista para ocupar uma vaga e diz que ele "é bom pra tudo", pois cozinha e descarrega carros. "É veado ele", diz rindo. "Como eu já tava para falar com Keinha, ia dizer assim: 'olha, como lá já tá cheio, um veado a mais ou a menos não vai fazer diferença, não'. Mas eu tenho medo dela", disse. >
"Toda sala que você vai ali tem um veado. Quando não é veado assumido, é um que [...] só Jesus na causa, viu!?", diz outra mulher nos áudios. >
Em nota, a Prefeitura de Araci diz tomou conhecimento do ocorrido e informou que todas as medidas administrativas estão sendo tomadas. A gestão não informou se as pessoas envolvidas na conversa são servidores efetivos do municípios ou se possuem cargos de confiança. As medidas adotadas pela prefeitura também não foram detalhadas. >
"A Administração Municipal e a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte de Araci vêm a público declarar que não tolera e que repudia qualquer fala, ação ou exposição que signifique atitude de homofobia, bem como preconceitos de qualquer natureza.", finaliza o comunicado. >
Um morador da cidade, que denunciou o caso em suas redes sociais, fez questão de marcar a prefeita Kinha Jesus e a vice, Gilmara Magalhães. "Homofobia é crime, e eu quero que isso chegue ao máximo de pessoas. Espero que tomem uma providência cabível sobre essa situação, nós LGBTQIA+ merecemos respeitos, nosso lugar é em qualquer lugar. Pq não podemos ocupar cargos públicos? Pq associam nossa orientação sexual a nossa competência? O que tem haver? Não vão nos calar!", protestou. >