Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Bruno Wendel
Publicado em 12 de junho de 2020 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
Um servidor da Secretaria de Segurança Pública (SSP) é acusado de furtar 202 equipamentos eletrônicos da Superintendência de Telecomunicações (Stelecom), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Foram subtraídos 159 monitores e 43 computadores. O crime vinha sendo praticado desde março deste ano, mas só foi descoberto agora, no início deste mês. Os equipamentos eram vendidos para terceiros. >
Os furtos aconteceram no período de 23 de março a 3 de junho e teriam sido cometidos por um servidor contrato pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). O nome dele não foi revelado, embora uma portaria publicada no Diário Oficial do Estado de quarta-feira (10) informa a matrícula do servidor. O CORREIO buscou outras publicações com a matrícula em edições do DOE desde 2007, mas a única menção encontrada foi jutamente sobre a sindicância.>
Os 159 monitores e 43 computadores estavam guardados no almoxarifado da Stelecom e seriam enviados ao Centro Integrado de Comunicação (Cicom) da SSP, no CAB, onde funciona o Centro de Operações das Polícias Militar, Civil, Técnica e do Corpo de Bombeiros, com o atendimento ao cidadão através do 190, 193 e 197. O Cicom utiliza a integração entre tecnologias de rádiocomunicação e sistemas de informação. Os equipamentos seriam utilizados como reserva e reposição de outros equipamentos enviados para conserto. Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO O caso foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 10 deste mês em duas portarias: uma delas, a de número 112, comunica a instauração de uma sindicância para apurar os fatos. A investigação é presidida pelo tenente-coronel da Polícia Militar Alineton Adson Aleluia Ameno, que tem o prazo de 30 dias úteis para apresentar as circunstâncias relacionadas ao extravio dos equipamentos. >
Além dele, compõem a equipe da sindicância o delegado de Polícia Civil Antônio Boaventura Gonçalves Filho e o Capitão PM Rogério Silva Ferreira. O crime vinha sendo praticado desde março, mas só foi descoberto no dia 5 deste mês pelo coordenador técnico da Coordenação de Sistemas da Stelecom.>
Portaria O CORREIO solicitou uma fonte da SSP para dar mais detalhes sobre o caso. A assessoria de comunicação da pasta disse “que a SSP instaurou processo administrativo e que o suspeito de desvio já foi identificado e ouvido pela Polícia Civil”. A assessoria não informou o valor do prejuízo. >
De acordo com a outra portaria publicada no Diário Oficial do Estado no dia 10 deste mês, a de número 113, o servidor teria subtraído os monitores e computadores e “repassado tais equipamentos para terceiro que os revendia”. >
A portaria comunica a instauração de um processo administrativo de reparação de danos, designando a 2ª Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar (CPPAD) da Corregedor Geral da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Coger) para, no prazo de 60 dias, apurar e determinar os prejuízos causados ao cofre público pelo servidor.>
O CORREIO perguntou à SSP se o processo administrativo vai apurar, entre outras coisas, o suposto envolvimento de funcionários públicos, como policiais civis e militares, no furto dos monitores e computadores, uma vez que, os equipamentos eram retirados desde março e o crime só foi percebido no dia 5 deste mês. >
Em resposta, a assessoria de comunicação da SSP limitou-se responder que “mais detalhes serão repassados no término da apuração”. >
Stelecom Criada em março de 2004, a Superintendência de Telecomunicações (Stelecom) tem a finalidade de integração dos diversos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Segurança Pública, no que se refere ao processamento das telecomunicações.>
Em fevereiro de 2003, atendendo a uma conclamação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) no sentido de integrar as ações policiais, a SSP reuniu, em um mesmo espaço físico, as centrais de comunicação das Polícias Militar, Civil e Técnica e do Corpo de Bombeiros Militar, unificando o atendimento de emergência através do tri-dígito 190, 193 e 197, com a criação da Centel (Central de Telecomunicações). >
A Centel foi extinta com a criação a Stelecom. >