Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2018 às 10:14
- Atualizado há 2 anos
A segunda fase da Operação Panatenaico, que apura fraude na licitação das obras do BRT Sul no Distrito Federal, foi deflagrada nesta sexta-feira (11) pela Polícia Federal. A suspeita é que agentes públicos e empresas tenham feito contratos com superfaturamentos avaliados em R$ 208 milhões.
De acordo com o G1, são 15 mandados de busca e apreensão, sendo 13 em Brasília, 1 em Ribeirão Preto (SP) e 1 na capital paulista. Nesta fase, não há prisão.
A primeira investigou desvio de dinheiro público na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha. Os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) são réus em decorrência das apurações.
Ainda conforme o G1, a PF informou que foi constatado "direcionamento e a fraude no processo licitatório". A corporação também citou auditorias do Tribunal de Contas do DF e da Controladoria-Geral do DF que apontaram um superfaturamento de R$ 208 milhões – 25% do custo total da obra.
São investigados os crimes de corrupção passiva e ativa, associação criminosa, fraudes licitatórias e lavagem de dinheiro.
Segundo a corporação, houve uma mudança na estratégia, "em razão da dimensão dos desvios investigados, da complexidade dos crimes e do volume de documentos que se projeta encontrar".
Por isso, vai fazer a análise dos documentos e mídias apreendidos nos próprios locais de busca. A mudança deve criar "novas possibilidades investigativas e aumentando a agilidade, eficácia e a transparência do trabalho de investigação policial".
O nome da operação é uma referência ao estádio da Grécia antiga "Panatenaico", que sediou as competições anteriores à Olimpíada.
Delações
O BRT Sul (Expresso DF) liga as regiçoes de Santa Maria, Gama e Park Way ao centro de Brasília. Segundo os delatores, a proposta de cobertura na licitação da obra foi marcada por irregularidades.
A delação da Odebrecht, que fez parte do consórcio vencedor, menciona o envolvimento de "outras empresas", sem detalhamento, e cita um encontro entre diretores dessas empresas, o então governador Arruda e o então secretário de Obras do DF, Márcio Machado. À época da delação, Machado disse que não poderia se pronunciar sobre a citação.
A construção do Expresso DF Sul começou no governo Arruda, em 2011, com a previsão de que o transporte poderia ser utilizado na Copa das Confederações, em 2013. Após uma série de adiamentos e mudanças no projeto, os ônibus começaram a operar em fase de testes em abril de 2014. O valor total das obras superou os R$ 750 milhões.