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Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2020 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
O universo digital se tornou uma extensão daquilo que costumamos encontrar no nosso dia a dia. O que vemos, comentamos ou procuramos saber sempre vai parar em uma rede social. E o intuito, claro, é compartilhar o momento com quem te segue online. Em tempos de isolamento, o virtual ganhou uma nova dimensão e se tornou o principal espaço de trânsito das pessoas, já que não há um um mundo esperando do lado de fora de casa.
Mas para além do entretenimento de quem está confinado, as redes oferecem espaços para solucionar problemas relacionados a saúde física e também mental da população. Pensando nisso, a publicitária paulista Sarah Pires, de apenas 21 anos, desenvolveu a plataforma digital Sunas, que surgiu de uma necessidade vivida por ela. “Quando era mais nova passei por situações difíceis e ninguém me ajudou, me sentia diferente, e se tivesse encontrado pessoas na mesma situação me sentiria muito melhor”, explicou Sarah.“Sempre gostei de fazer ações sociais, me faz trabalhar com brilho nos olhos”, explica Sarah, que define a Sunas como uma Startup SocialNo fim do ano passado, antes de qualquer sinal de pandemia, criou a rede social em parceria com o Instituto Fazendo Acontecer, e ela entrou no ar em março deste ano, casando com crescente necessidade do apoio psicológico dentro de casa. “Acredito muito no poder da partilha. Quando compartilhamos nossos sentimentos podemos nos beneficiar pela troca, por poder colocar para fora para outras pessoas”, definiu a criadora.
O funcionamento do Sunas é muito similar ao das redes sociais, com um espaço para as publicações. Depois do cadastro feito de forma anônima - como a própria Sarah aconselha, para dar mais liberdade ao usuário de expor suas sensações - o perfil pode postar o que está sentindo vinculando a uma das categorias da plataforma. Entre elas, temas como ansiedade, racismo, automutilação e questões relacionadas ao universo LGBT, por exemplo. Ao publicar, a mensagem vai para uma curadoria do site, que filtra as mensagens que, por exemplo, ofendam a ética de grupos sociais. Sarah completa que o cuidado para escolher o que sobe para o ‘feed’ é tornar o site um local mais seguro. O cadastro no Sunas acontece de forma anônima e gratuita (Foto: Reprodução) Depois da publicação, fica por conta dos usuários interagirem com os demais perfis. Nos posts, a pessoa pode reagir ao cometário com frases como ‘estou te ouvindo’, ‘eu te entendo’, ‘você me ajudou’ e ‘estou pensando em você’, reforçando o conceito do benefício através da partilha. O cadastro na rede social é feito pelo site sunas.com.br
Participação profissional
A iniciativa do Sunas também reúne um espaço voltado para os profissionais de saúde. Lá, psicólogos e psicanalistas não partem em busca de clientes, mas sim para dar soluções a quem precisa, tudo na base do altruísmo. Para isso, podem criar uma conta e publicar no site conteúdos de interesse dos usuários, como vídeos, textos ou dicas de leituras. Também em São Paulo, a iniciativa do Instituto Vita Alere busca romper barreiras e ajudar pessoas em todo o país. Fundado em 2013, o Vita Alere tem como foco o trabalho psicológico voltado para a prevenção e posvenção do suicídio, e por isso desenvolveu o Mapa da Saúde Mental. Karen é uma das fundadoras do Mapa da Saúde Mental (Foto: Divulgação) Karen Escavacini, 43, é psicóloga e diretora do Instituto, e conta que, inicialmente, a ideia se restringia a consultórios presenciais. “Queríamos fazer um mapa que, a partir da geolocalização da pessoa, ela pudesse entender onde e qual a melhor opção de atendimento deveria procurar. O site disponibiliza um diagrama que faz uma separação e explica o que deve ser buscado no momento de uma crise. Se é um clínica de psicologia, bombeiros, hospitais, entre outros espaços”, mostrou. O site do Mapa só cadastra locais que façam atendimento gratuito (Foto: Reprodução) Com a chegada da pandemia, o propósito se expandiu para o mundo virtual, e agora é possível encontrar até 107 contatos que atendem à distância em todo os país. Ao buscar a ajuda, serão oferecidas três categorias de busca, que pode ser ajuda para o público geral, para profissionais de saúde e grupos específicos. Esses grupos específicos são formados por profissionais que trabalham de forma mais específica para atender o grupo LGBT, idosos, mães e crianças, núcleos familiares, vítimas de crimes e de violação na internet, professores e até pacientes que foram contaminados pela covid-19 ou parentes de uma vítima fatal da doença. Para encontrar os espaços, basta acessar o site mapasaudemental.com.br“Algumas pessoas têm problemas em ajudar ou receber ajuda. O mapa ajuda a saber quando e como isso pode acontecer para alguém que está mal”, disse Karen “A pessoa pode se sentir à vontade para buscar a ajuda onde quiser. Mesmo que seja de algum grupo específico pode ir até o serviço geral”, ressalta Karen, que vê a importância da plataforma por manter a “privacidade e liberdade dos usuários”. “Por muitas vezes as pessoas querem um atendimento específico e não tem nenhum espaço, ou há casos que o paciente não se sente confortável em ir a um centro que receba LGBT´s por algum receio”, completou a diretora.
*Com orientação da editora Ana Cristina Pereira