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Salvador e RMS têm queda de 17,5% na venda de imóveis em 2022

Queda é puxada por aumento da inflação, mas não decepciona mercado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de março de 2023 às 20:44

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

O setor imobiliário de Salvador e Região Metropolitana (RMS) registrou uma queda de 17,5% no número de vendas de imóveis em 2022 (9 075), comparado com 2021 (10 997). Os dados são da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-Ba), apresentados nesta quinta-feira (23).

A queda no setor também aparece no número de unidades lançadas nas regiões. Enquanto em 2022 foram lançados pouco mais de 8 mil imóveis, em 2021 foram inaugurados 10,8 mil, o que corresponde a uma queda de 26,2%. Também foram lançados menos 8,5% de empreendimentos no ano passado (65), frente ao ano anterior (71). 

Os municípios da Região Metropolitana de Salvador levados em consideração na pesquisa são Lauro de Freitas, Camaçari e Mata de São João. Em todas elas e na capital, o Valor Geral de Vendas (VGV) - usado para verificar a taxa de retorno de um investimento, sendo possível avaliar se um empreendimento vale a pena ou não - também caiu 30,6% de 2021 para 2022. De R$4,5 milhões para R$3,1 milhões.

As quedas, no entanto, não são vistas com maus olhos pelo setor. Isto porque, 2022 foi considerado um ano atípico, onde o mercado começou a sentir os aumentos das taxas de juros, segundo explica o presidente da Ademi-Ba Cláudio Cunha. 

“Apesar de ter uma redução no número de unidades vendidas e lançadas, [2022] foi um ano que permaneceu com sua disponibilidade baixa e estável. Tudo aquilo que foi lançado foi absorvido pelo mercado”, analisa o presidente da Ademi-Ba.

Ainda segundo o diretor da Brain Inteligência Estratégica, empresa parceira e responsável pela coleta e análise dos dados da Pesquisa Ademi-Ba, Fábio Araújo, o mercado está bom quando o seu estoque é consumido entre 10 e 15 meses. O estoque do mercado soteropolitano e de RMS é consumido em nove.

O número deixa o setor disponível para novos lançamentos. Por isso, a expectativa para 2023 é de que o crescimento seja retomado, superando os percentuais de 2022. Cláudio Cunha destaca que a maior tendência para este ano são os imóveis compactos, o qual se espera um aumento de 40% deles.