Rio Innovation Week: inovação, inovação, inovação

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  • Hugo Brito

Publicado em 12 de novembro de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Foi assim a Rio Innovation Week, que terminou na sexta (11/11), em intensos quatro dias de informação e muito tecnologia, temperada pelo jeito carioca de ser. Dentro dos quatro galpões da requalificada antiga zona portuária da cidade, muitos negócios e, em cada esquina, provas de que o brasileiro quando tem oportunidade se torna facilmente um diferencial. Stands mostravam desde soluções para a saúde, na ala Health Tech, até produtos e soluções para o turismo, o Turistech, passando pelo importante ramo da tecnologia ligada à agricultura, a chamada Agri Tech.

Empreendedores por todos os lados

O Sebrae ousou. Colocou dentro da feira 300 startups, seis delas baianas, para mostrar desde produtos ainda na chamada fase de ideação - desenvolvimento da ideia - ate cases de sucesso como o da baiana Strelo, que oferece soluções de atendimento virtual para clientes de locais como o aeroporto do Galeão, onde criou um ecossistema que permite aos usuários do terminal o acesso a serviços como o de delivery de lanches dentro do aeroporto. Na feira, havia startups que iam desde soluções de tratamento de resíduos - como as oferecidas pela Green Mining, que defende a logística reversa para recuperar materiais recicláveis de forma eficiente - até plataformas que oferecem gestão financeira descomplicada para empresas, como a Inncash, e também acesso a serviços jurídicos de forma amigável, trazido à feira pela SociiLaw, em que um algoritmo consegue customizar, por exemplo, contratos, gerando os documentos de forma rápida, barata e segura. 

Metaverso

Em outra área, a arena Metamundi, espaço de uma agência que é especializada em comunicação de empresas de tecnologia como as que atuam na Web 3.0, foi montado um conjunto de ações, palestras e demonstrações para desmistificar essa tão falada tecnologia, o Metaverso, e que carrega a dúvida e o estranhamento que trazia a internet, lá na década de 90, quando a rede começava. Tive a oportunidade de conversar com Byron Mendes, sócio e cofundador da agência. Para Byron, o Metaverso, que segundo a Bloomberg Inteligence é um mercado que deve atingir 800 bilhões de dólares até 2024, não é apenas uma ferramenta e, sim, o inicio de uma nova internet, onde a interatividade ultrapassa todos os limites que conhecemos. Byron, incisivo, defendeu que as barreiras tecnológicas como o uso de gadgets complexos como os óculos de realidade virtual, necessários para uma experiencia completa no Mertaverso, são como a internet discada quando a rede começou, ou seja, algo que a própria tecnologia vai resolver, e pontuou que isso ocorrerá mais rápido que o advento, por exemplo, da própria internet: “Hoje, temos um mundo muito mais conectado e tecnologias que evoluem em uma velocidade impressionante. Isso vai, seguramente, fazer com que tudo evolua a uma velocidade que nunca foi vista.”. Para Byron, quando menos esperarmos, interagir no Metaverso vai ser tão orgânico quanto pegar o smartphone e conversar pelas redes sociais.

Spike Lee

Na Rio Innovation, além da possibilidade de experimentar um pouco das belezas e da cultura cariocas em vários quiosques e foodtrucks espalhados pela área externa do Pier Mauá, com uma bela vista da Baía de Guanabara e da ponte Rio Niterói, ao som do autêntico samba, foi possível o contato com grandes mentes mundiais. No primeiro dia, a estrela foi Bruce Dickinson, vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden e empresário de sucesso, mas nada se comparou ao convidado para uma palestra de uma hora no último dia do evento, o cineasta norte-americano Spike Lee. Foi tanta gente que a plenária teve que ser fechada. A solução foi exibir em um telão externo a fala de Lee. Uma multidão de pessoas se juntou para ouvir o criador de filmes como “Faça a Coisa Certa”. Aliás, criador não, parte de uma reunião (Joint) de criadores, como ele assina todas as suas obras. Lee, que também dirigiu o icônico clipe de Michael Jackson para a música “They don`t really care about us” (Eles não ligam para gente), filmado no Brasil, chegou, inclusive, com o atraso de quase uma hora ao evento, atraso que foi aplaudido por quem o esperava ansiosamente, isso porque o cineasta fez questão de ir ao morro Santa Marta, uma das locações do curta metragem - como Michael preferia se referir aos seus clipes. 

Michael Jackson e Spike Lee

Um dos momentos que arrancou risadas das centenas de pessoas que o assistiam foi quando Spike contou que Michael foi até a casa do cineasta, em Nova Iorque, para convencê-lo a rodar o clipe, que também passou pelo Pelourinho, em Salvador, e teve a participação do Olodum. Na visita, Michael disse que Spike Lee poderia escolher qualquer música para dirigir e, quando ele escolheu uma diferente de “They don`t really care about us” o cantor disse, rapidamente: "Não, não. A música que você quer é outra” e apontou para a que acabou tendo seu clipe gravado no Brasil, e com o Olodum, por sugestão do diretor. Por estar em um evento de inovação, Spike foi também perguntado sobre a tecnologia e, direto como em seus filmes, disparou: “A tecnologia pode ser perigosa. Pode emburrecer as pessoas se usada pelas pessoas erradas" citando a irresponsável disseminação de noticias falsas contra as vacinas. A Rio Innovation Week, em sua segunda edição, provou que o jeito brasileiro é sem dúvida um diferencial que, quando bem aproveitado, traz resultados de sucesso, e que essa forma mais leve de viver pode, seguramente, ajudar no mundo dos negócios.