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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2019 às 20:44
- Atualizado há 2 anos
Uma reunião entre o governo do estado e representantes dos policiais que anunciaram greve terminou sem acordo nesta quinta-feira (10). Participaram do encontro, que aconteceu na Assembleia Legislativa da Bahia, a secretária de relações institucionais do estado, Cibele Carvalho, representando o governo, e o deputado estadual Soldado Prisco, como representante dos policiais.A reunião foi convocada pelo presidente em exercício da Assembleia Legislativa, Nelson Leal, que indicou o deputado estadual Alex Lima para liderar a intermediação.
"A única coisa que foi feita na reunião foi a entrega de um documento com a pauta de reivindicações, ação que já há meses protocolamos no Comando da PM, Casa Civil, Governadoria e na própria secretaria de relações institucionais", informou a Aspra, em nota divulgada à imprensa.
Segundo o coordenador da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) em Ilhéus, Augusto Júnior, um dos líderes do movimento, o governo não foi para o encontro com qualquer proposta para a classe.
"Queriam que depois da entrega da pauta, a gente parasse com o movimento para que depois o governo desse um retorno. A gente não pode parar", disse o sindicalista. Ainda segundo a liderança, a proposta foi levada aos policiais em greve e rejeitada. "Estamos reunidos nas sedes da Aspra em vários pontos do estado, além da Adelba em Salvador", completou ele. Há policiais reunidos nas cidades de Ilhéus, Juazeiro e Feira de Santana, dentre outras.
Procurado após a reunião, o Governo do Estado não respondeu aos questionamentos do CORREIO.
Feira de Santana Em Feira, onde oito mortes ocorreram nas últimas 24 horas, mais de 500 policiais estavam reunidos, segundo estimativa da Aspra. "70% do efetivo está parado. Nas ruas, estão os oficiais que saíram do ar-condicionado para defender seus cargos e bonificações", acusou o coordenador da Aspra no município, Paulo dos Anjos.
Mais cedo, o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Barbosa, disse à TV Bahia que a liderança da Aspra está fazendo "terrorismo" e afirmou que sua pasta cumpriu todos os pontos acordados ao fim da greve da Polícia Militar de 2014. Disse ainda que há processos na Justiça Federal e na Justiça comum envolvendo os líderes grevistas.
Ele citou também um caso de uma viatura metralhada na avenida Gal Costa e afirmou que "a situação chega a certo grau que a dita representação de interesse dos policiais coloca os próprios policiais em risco. A gente tá trabalhando também na área jurídica para tomar atitudes legais contra isso", afirmou Barbosa.