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Raquel Saraiva
Publicado em 16 de maio de 2018 às 07:44
- Atualizado há 2 anos
O turismo na Bahia está em baixa. As atividades ligadas ao setor registraram uma queda de 4,6% no primeiro trimestre – a segunda maior do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro (-7,5%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (15).
Embora o segmento de bufê e comida preparada e o de locação de automóveis tenham registrado crescimento, o impacto negativo de outros setores contribuiu para o resultado final. “O transporte aéreo suplantou o avanço desses segmentos, e o turismo como um todo acabou recuando”, explica Rodrigo Lobo, gerente da PMS. Para chegar a este índice, o IBGE avaliou no total 22 segmentos, como hotelaria, restaurantes e tráfego aéreo.
A vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (Abih-BA), Renata Proserpio, pondera que o turismo baiano só será alavancado efetivamente em todos os segmentos com a melhoria do tráfego aéreo. “Pelas dimensões continentais que o Brasil tem, o turismo no país depende em grande parte da disponibilidade de companhias aéreas e de voos”, acredita. “São 2.000 km que nos separam do principal emissor de turistas na Bahia, que é São Paulo. É muito importante para a hotelaria que o aeroporto esteja começando a implementar medidas de melhorias e reformas”, diz Renata.
E olha que a hotelaria tem motivos para festejar. O segmento registrou desempenho positivo nos quatro primeiros meses do ano e taxa de ocupação maior que em 2017, segundo dados da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo) divulgados no último dia 10. O cenário positivo foi confirmado pelo IBGE.
O marketing e a requalificação dos polos turísticos são fatores que influenciam a captação de maior número de turistas, de acordo com a vice-presidente da Abih-BA. “É fundamental continuar com a requalificação dos espaços turísticos que ficaram abandonados por muito tempo, como o Abaeté, que os turistas veem na literatura e ouvem nas músicas”, diz.
“Já batemos no fundo do poço, o cenário é reflexo de um início de melhora”, acredita o empresário Roberto Durán, presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTur) e diretor-presidente da Salvador Destination.
Outro fator apontado como prejudicial é a falta do Centro de Convenções. “O turismo que impacta em toda rede é o de negócios. Precisamos do Centro de Convenções para alavancar o turismo de negócios. Assim vamos ver todos os segmentos crescendo de forma mais expressiva”, destaca Roberto Durán.
Cenário de recuperação Se o quadro até março foi ruim, a Vinci, responsável por administrar o aeroporto de Salvador, aponta para um quadro de recuperação nos próximos meses. “Os planos da concessionária para o aeroporto de Salvador vão ao encontro da estratégia global do grupo, levando em conta o grande potencial de desenvolvimento do aeroporto baiano e sua importância para o turismo”, diz em nota.
A empresa ressalta que tem como estratégia expandir as rotas nos próximos meses e citou a retomada da ligação entre a capital baiana e os EUA em abril como sinal de melhora no setor.
Segundo a Vinci, as próximas rotas definidas partindo de Salvador são o voo da Cabo Verde Airlines para a Ilha do Sal, com saída três vezes por semana, e o voo diário da Gol para João Pessoa, que começam a operar em junho. “Também foi confirmado o novo voo da Copa Airlines para o Panamá, duas vezes por semana, partir de julho”, informa a concessionária.
A Setur diz que a expansão da malha aeroviária vem sendo buscada para evitar diminuição na procura por destinos baianos na baixa estação. De acordo com a pasta, a Bahia passará de 23 para 31 frequências internacionais regulares até julho.
*Com supervisão do editor Donaldson Gomes