Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Raquel Saraiva
Publicado em 28 de março de 2018 às 14:44
- Atualizado há 2 anos
O grupo de Pesquisa e Conservação da Arara-azul-de-lear vai soltar seis araras no Boqueirão da Onça, no interior da Bahia, buscando revigorar a população que, funcionalmente, está extinta. As araras serão cedidas pelas instituições privadas Loro Parque Fundación (na Espanha) e Al Wabra Wildlife Preservation (no Qatar). A previsão de chegada é junho deste ano.
"Tudo foi planejado cuidadosamente, esta bem embasado. Consultamos os principais especialistas em reintrodução de aves do mundo e visitamos outros projetos de soltura no Brasil. Nossas expectativas são as melhores possíveis", explica o ornitólogo Thiago Filadelfo, mestre em biologia pela Universidade de Brasília e co-fundador do grupo de pesquisa. (Foto: Divulgação) A arara-azul-de-lear, cujo nome científico é Anodorhynchus leari, é uma das espécies mais raras do mundo, e só ocorre em uma região da Caatinga do Norte da Bahia. Atualmente, a espécie está ameaçada de extinção, e sua população total é estimada em 1.350 indivíduos.
Apenas duas dessas aves sobrevivem isoladas na região do Boqueirão da Onça, a cerca de 230 km de distância do Raso da Catarina, onde se concentra a grande maioria dos indivíduos.
As duas araras provavelmente eram parte de uma população maior que se conectava com as outras que vivem no Raso da Catarina, mas, por causa da caça e da captura ilegal no Boqueirão da Onça a população acabou se extinguindo. Região do Boqueirão da Onça (Foto: Divulgação) A região do Boqueirão da Onça se localiza entre os municípios de Campo Formoso, Sento Sé e Umburanas, e é uma extensa área de Caatinga preservada e de extrema relevância ecológica para fauna e flora local.
A partir da soltura, o grupo de pesquisa vai rastrear os animais soltos, que portarão GPS, além de identificar e proteger as áreas para garantir sua sobrevivência.