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Georgina Maynart
Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
(Foto: Shutterstock) Contradição e crise. Esta é a atual situação da cadeia produtiva do coco no Brasil, uma das mais tradicionais do Nordeste e que sempre teve a Bahia no topo. O setor que movimenta mais de um bilhão de dólares por ano enfrenta oscilações. Enquanto o consumo de água de coco tem crescido até 20% ao ano, impulsionado pela procura por alimentos naturais e saudáveis, a produção nacional da fruta não para de despencar.
De acordo com os dados do IBGE, a quantidade de coco produzida no país caiu 17,11%, entre os anos de 2007 e 2018. Os coqueirais estão ocupando um espaço também menor. Há 13 anos eram cerca de 283 mil hectares plantados. Agora a área cultivada não chega a 200 mil hectares, uma queda de 29,5%.
Muito mais do que o reflexo de períodos de seca ou da substituição por variedades mais produtivas, a redução está sendo provocada por diversos fatores que vem afetando gravemente os agricultores brasileiros.
Os problemas envolvem desde as baixas cotações do produto in natura à falta de assistência técnica para os pequenos agricultores, que correspondem a mais de 88% dos produtores do Brasil. Soma-se a isso a concorrência com os derivados do coco importados da Ásia.
“Este é o pior problema. Temos uma concorrência desleal e que é perversa com o agricultor brasileiro. Não queremos criar barreiras para os produtos de outros países, mas queremos normas de importação que protejam o coco nacional”, afirma Francisco Porto, presidente do Sindicato Nacional de Produtores de Coco (Sindcoco).
As importações de coco ralado e da chamada “água de coco concentrada” nunca foram tão volumosas. Os dados do Sindcoco indicam que as importações de água de coco concentrada cresceram 35,75% no Brasil, de janeiro a outubro do ano passado. O volume atingiu mais de 2,2 milhões de quilos e movimentou cerca de US$ 6,9 milhões de dólares.
Já o desembarque de coco ralado cresceu 20% neste mesmo período, e alcançou mais de 13,4 milhões de quilos. Cerca de 91% deste volume vieram da Indonésia e das Filipinas. As negociações movimentaram mais de US$ 17,2 milhões de dólares. Nestes dois países o quilo do produto custa cerca de US$ 1 dólar, ou seja, cerca de R$ 4,20 reais. Enquanto o quilo do coco ralado brasileiro chega a custar de R$ 7,3 a R$ 11,5 reais, ou seja, até três vezes mais.“O problema é que o coco ralado importado tem apenas cerca de 30% de gordura e é de baixa qualidade, enquanto o nosso atinge até 65% de gordura e qualidade muito superior. Esta situação incentiva a criação de emprego fora do Brasil, e não aqui dentro”, defende Porto. A importação de coco ralado cresceu cerca de 20% no ano passado no Brasil. ( Foto: Sindcoco) A pedido dos agricultores, há seis anos o governo brasileiro chegou a aumentar a taxação sobre o coco ralado importado de 10% para 55%. Mas segundo os produtores rurais a medida ainda não foi suficiente para proteger o produto nacional. O setor vem conversando com o Ministério da Agricultura para implementar novas medidas.
A Aprococo, outra entidade que representa os produtores rurais do Brasil, chegou a fazer uma campanha recentemente para que as embalagens de água de coco tenham rótulos que permitam uma melhor identificação da origem da matéria prima e valorize a produção nacional.
"Nem toda água de coco na caixinha tem origem nas fazendas do Brasil que seguem as rigorosas legislações ambientais e trabalhistas vigentes em nosso país, bem como a imposição do tão conhecido custo Brasil nos custos de produção. Escolhendo o produto nacional você não somente estará promovendo o desenvolvimento econômico no campo, mas estará consumindo um produto de altíssima qualidade nutricional e de sabor único", afirma a campanha da associação.
A Bahia não aparece entre os estados que importaram coco ralado da Ásia, mas está na lista dos cinco estados que compraram água de coco concentrada. Em 2019, foram 11,1 mil quilos que custaram cerca de US$ 38,8 mil dólares.
BAHIA O coco é um dos símbolos mais emblemáticos da Bahia e da produção agrícola do estado. Mas a redução na produção por aqui chegou a 40% entre 2007 e 2018. Neste período, o volume caiu de 565,8 milhões de frutos por ano para 344,7 milhões de coco anuais.
E apesar da expansão isolada do cultivo em alguns municípios, de modo geral a área plantada recuou quase pela metade em onze anos, passou de 82,2 mil hectares para 44,3 mil hectares.“Em muitas outras áreas há plantações de coco, mas a produção está improdutiva comercialmente e os coqueiros não foram renovados. Nestas fazendas os agricultores nem chegam a retirar os frutos, pois o preço baixo do coco não paga os custos de colheita”, afirma Augusto Barreto, supervisor de pesquisas agropecuárias do IBGE.A queda nos preços foi acentuada e chega a 75%. Ano passado a unidade do coco verde chegou a ser vendida por até R$ 1,20 nas fazendas do litoral norte. Atualmente o preço médio é de R$ 30 centavos. Já o coco seco registro queda de até 50%, cotado atualmente a R$ 0,60 centavos a unidade. Área ocupada pelos coqueirais na Bahia foi reduzida pela metade nos últimos 13 anos. Muitos agricultores estão trocando o cultivo por outras frutas ou investindo no sistema consorciado com a pecuária. (Foto: Georgina Maynart) Os representantes do setor na Bahia também apontam a concorrência do coco importado como principal fator para a queda nas cotações. Segundo eles, as indústrias nacionais deixaram de comprar o coco in natura produzido aqui e passaram a adquirir água concentrada de outros países, principalmente das Filipinas.
“Isso aumentou o volume interno de coco verde e provocou a redução dos preços. Daí os produtores decidiram deixar o fruto por mais seis meses no pé e elevar a produção do coco seco. Mas também acabou ocorrendo uma superprodução deste tipo de coco no mercado e o preço caiu ainda mais", conta Fernando Florence, agricultor há mais de quarenta anos e vice-presidente do Sindcoco.
A Bahia possui cerca de 70 mil produtores de coco. Segundo o Sindcoco, 90% dos agricultores são pequenos produtores que cultivam até 50 hectares. Cerca de 60% deles não utilizam tecnologias como adubação e controle de pragas, e 74% comercializam a produção através de intermediários, escoando o coco de forma natural, sem beneficiamento e agregação de valor ao produto.“Queremos reorganizar a cadeia produtiva do coco e estamos solicitando um plano de revitalização do setor, que já foi entregue a Secretaria de Agricultura há cinco anos. Este plano inclui ações em várias áreas e novas formas de financiamento”, conta Florence.Atualmente os empréstimos concedidos ao segmento tem apenas 3 anos de carência. Mas o coco anão, que produz mais rápido, só começa a ser colhido depois de 3 a 4 anos após o plantio, e o coco híbrido só começa a dar frutos após 5 anos. Os prazos impactam principalmente os pequenos produtores que precisam pagar os empréstimos antes das primeiras colheitas.
“Com poucos recursos, fica difícil para a maioria dos pequenos produtores renovar as plantações”, acrescenta o produtor rural.
A Secretaria de Agricultura da Bahia informou ao Correio* que já solicitou a extensão do prazo de carência dos financiamentos dos produtores rurais de coco, dos atuais 3 anos para até 8 anos, com base no programa de agricultura de baixo carbono. De acordo com a Seagri a solicitação está sendo analisada pelo governo federal.
"Estamos também avaliando, juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento Rural e a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, uma forma de ampliar a assistência técnica para os pequenos produtores. Já solicitamos recursos junto ao Ministério da Agricultura e estamos aguardando a liberação", afirmou o secretário estadual de agricultura, Lucas Teixeira Costa. Entre o campo e o supermercado, o preço do coco seco sobe de R$ 0,60 para até R$ 4,99. Agricultores dizem que são os menos beneficiados neste trajeto comercial. (Foto: Sindcoco / Fernando Florence) O impacto negativo mais expressivo na coconicultura baiana foi registrado em 2019, quando o grupo Aurantiaca, dono da marca Obrigado, reduziu a produção na fábrica e nas fazendas localizadas no Conde. Mais de 300 funcionários foram demitidos, como mostrou o Correio* em novembro do ano passado. Na ocasião, a direção da fábrica disse que o grupo está passando por uma reestruturação para se adaptar ao mercado externo, e que faria uma parada na fábrica por até seis meses. O Correio* voltou a procurar a Obrigado para esta reportagem, mas não obteve retorno.
Enquanto no litoral da Bahia a produção tem oscilado para baixo, em outras regiões do estado, tem gente investindo na produção de coco, independentemente das variações do mercado.
Segundo dados do IBGE, o município que registrou o maior crescimento neste segmento foi Ituberá, no Baixo Sul. A produção de coco cresceu mais de 1.200% nos últimos dois anos. Saiu de 600 mil cocos em 2017 e atingiu 7,2 milhões de unidades em 2018, graças as plantações que começaram a dar fruto depois de cinco anos do plantio.
Mesmo com as quedas graduais, a Bahia ainda é o estado que mais produz coco no Brasil, cerca de 30% do volume nacional. O Conde, no Litoral Norte do estado, lidera a lista. O município tem mais de 13 mil hectares plantados, de onde saem cerca de 65 mil toneladas de coco por ano. O ranking é seguido pelos municípios também baianos de Rodelas, Juazeiro, Jandaira, Esplanada, Acajutiba e Porto Seguro. As baixas cotações do coco verde e do seco desestimulam o aumento da produção nacional. Agricultores reinvindicam plano de incentivo e mais assistência técnica. (Foto: Aprococo divulgação) PRAIA ENCARECE No verão o consumo de coco aumenta cerca de 60% e os vendedores aproveitam para elevar os preços. Os valores podem variar muito a depender do local de venda. Em Salvador, a diferença chega a mais de 200%, apenas no trecho entre Ondina e o Porto da Barra.
Em Ondina, nas áreas próximas a avenida, o fruto ainda pode ser encontrado entre R$ 2 e R$ 2,50 em média. Já na faixa de areia da praia, à beira mar, o consumidor encontra um preço mais alto, em média R$ 4 reais.
No Farol da Barra o preço médio é de R$ 3 reais na área da avenida, valor também encontrado na parte alta do Porto da Barra. Mas, neste mesmo trecho da orla, basta pisar na praia para pagar mais caro pelo coco. Na faixa de areia do Farol da Barra, a unidade chega a ser vendida por até R$ 5 reais. Na areia do porto o fruto pode ser encontrado por R$ 6 reais a unidade.
Muitas vezes apenas a escadaria, entre a areia e o asfalto, separa um ponto de venda do outro. Os vendedores, que preferiram não dar entrevista, justificam a variação nos preços alegando gastos com gelo, transporte e os custos de manutenção dos pontos de venda.
Na cidade baixa, na região em frente a Feira de São Joaquim, onde se concentram muitos caminhões vindos do interior, a unidade do coco está sendo vendida em média por R$ 1,50.
DESVENDANDO A ÁGUA DE COCO DA CAIXINHA Mas afinal o que é a "água de coco concentrada" que vem entrando no mercado brasileiro e afetando a produção interna da fruta?
Segundo os especialistas consultados pelo Correio*, a água de coco concentrada é obtida a partir do resíduo do coco seco. Nos países asiáticos, que valorizam o fruto apenas pelo conteúdo oleaginoso e não pela água, este resíduo é considerado de baixo valor.
Lá, este líquido é desidratado e transformado em uma espécie de "geléia", para facilitar e baratear o transporte no momento da exportação. Trazida para o Brasil, ela é misturada com água potável ou água de coco natural, e passa a ser chamada de “água de coco reconstituída”. Cada litro da “geléia” base pode ser transformado em até 15 litros de água de coco reconstituída.
A partir daí a indústria adiciona o teor de sacarose que desejar, para equilibrar o chamado grau brix ou taxa de açúcar. Cada fabricante pode acrescentar ainda conservantes, aromas e outras substâncias como acidulantes e antioxidantes. Este é um dos motivos que leva o consumidor a encontrar várias marcas de água de coco com sabores tão diferentes nas prateleiras dos supermercados.
Nos rótulos das marcas que comercializam água de coco em caixinha aparecem termos como “água de coco reconstituída”, “esterilizada”, “desidrata”, “integral” ou ainda “água de coco concentrada e reconstituída”.
As entidades que representam os produtores rurais sempre pediram que o Ministério da Agricultura exigisse que as indústrias de bebidas explicassem para o consumidor, em local visível na embalagem, o que significa cada termo utilizado e o conteúdo exato do produto.
Na última sexta-feira (31/02) o Ministério da Agricultura publicou uma nova portaria alterando os padrões de identidade e qualidade da água de coco comercializada no Brasil.“A nova legislação tem o objetivo de deixar mais claro ao consumidor de água de coco processada as informações sobre a composição e ingredientes do produto em sua rotulagem principal, bem como na lista de ingredientes”, afirma o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Glauco Bertoldo. As regras também trazem exigências para a importação de água de coco concentrada, exigem vistorias técnicas e auditorias nos estabelecimentos estrangeiros e controle dos exportadores de água de coco.
“Essas novas exigências foram comunicadas à Organização Mundial do Comércio (OMC) para conhecimento de todos os países exportadores de água de coco para o Brasil”, acrescenta Bertoldo.
De acordo com o Ministério da Agricultura, três unidades exportadoras do produto já foram inspecionadas nas Filipinas por equipes de auditores técnicos federais brasileiros.
Os representantes dos agricultores avaliam com bons olhos o aumento da inspeção nos países exportadores, mas de modo geral criticaram a portaria.“Esta nova portaria está direcionada para beneficiar só as indústrias e não os agricultores. Ela apenas oficializa o que já vinha sendo feito pelas indústrias. O que queríamos é que o Ministério da Agricultura definisse o que é a água de coco produzida no Brasil, com a nossa qualidade, e a água de coco importada e desidratada. Também não traz nenhuma referência em relação a outros derivados como o óleo e o leite de coco”, pontuou Francisco Porto, presidente da Sindcoco.Procurada pelo Correio*, a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) disse que o processo de concentração de água de coco é normal na indústria de bebidas, e que isso nada mais é do que retirar a água do coco para repor posteriormente. Afirma ainda que grande parte das indústrias brasileiras compram de produtores nacionais, e criticou as novas regras impostas pelo MAPA alegando que elas confundem o consumidor.
"A obrigatoriedade da colocação dos termos “água de coco padronizada” ou “água de coco reconstituída" nos rótulos das embalagens é desnecessária e poderá confundir o consumidor, pois afinal todas são água de coco. O processo de concentração de sucos de frutas e água de coco é normal na indústria de bebidas não alcoólicas. O objetivo da concentração de sucos e água de coco é a redução do custo de frete entre produtores e fábricas", diz ainda a nota enviada a redação.
DE OLHO NA EMBALAGEM As regras publicadas na última sexta-feira também limitam a adição de açúcar pelas indústrias nacionais, proíbem o uso de aditivos edulcorantes, e determinam que as indústrias devem explicar melhor os termos utilizados nos rótulos. Nos supermercados de Salvador as prateleiras com este produtos estão cada vez maiores. O Correio* lista abaixo o que significa cada tipo de água de coco que o consumidor encontra na embalagem.
*Água de coco integral: é a água de coco natural, sem a adição de água ou de açúcares. Ela pode ser refrigerada e congelada.
*Água de coco padronizada: é o produto obtido da padronização da água de coco integral, podendo ser adicionado de água de coco concentrada, água de coco desidratada e açúcares, sendo os açúcares em quantidade igual ou inferior a 0,5 g/100 ml (meio grama por cem mililitros) do produto final, sem adição de água.
*Água de coco reconstituída: é o produto obtido da reconstituição da água de coco concentrada ou desidratada, com adição de água potável ou água de coco integral, ou ambos, podendo ser adicionada de açúcares em quantidade igual ou inferior a 0,5 g/100 ml (meio grama por cem mililitros) do produto final.
*Água de coco desidratada: é o produto submetido a um processo de desidratação da água de coco integral, cujo teor de umidade seja igual ou inferior a 5,0% (cinco por cento).
*Água de coco concentrada: é o produto submetido a um processo de concentração da água de coco integral, sem adição posterior de água potável, cujo teor de sólidos solúveis mínimos seja igual a 30% (trinta por cento).
De acordo com a portaria, as indústrias podem adicionar gás carbônico a água de coco integral, padronizada ou reconstituída. Mas nesta situação deve constar na embalagem o termo "gaseificada". A portaria proibe as indústrias de utilizarem os termos “100% água de coco” ou “100% natural”. Aqueles fabricantes que não acrescentam nenhum aditivo a água de coco embalada podem usar apenas o termo “Sem aditivos”.
Em nota enviada ao Correio*, o Ministério da Agricultura informou que a água de coco é concentrada na sua origem e aqui no Brasil é reconstituída ou adicionada à agua de coco nacional para fins de padronização. Disse ainda que o uso de aditivos é regulamentadon pela Anvisa, que fiscaliza os produtos, e que a presença de aditivos proibidos, ou de açúcar em quantidade superior à permitida, é considerada infração, sendo apurada por meio de procedimento administrativo. Neste caso a infração pode resultar em multa, inutilização, interdição do estabelecimento, suspensão da fabricação do produto, suspensão ou cassação de registro. A nota informa também que toda a água de coco concentrada importada é coletada e analisada na entrada no país e está sujeita a rechaço e inutilização em caso de não conformidade.
RANKINGS
*Ranking dos 8 estados que mais produzem coco no Brasil. Levantamento anual, com base na Pesquisa Agrícola Municípal do IBGE.
Bahia: 344,7 milhões de frutos
Ceará: 254,1 milhões
Pará: 191,8 milhões
Sergipe: 174,3 milhões
Espírito Santo: 150,1 milhões
Pernambuco: 139,5 milhões de frutos
Alagoas: 77,44 milhões de frutos
Rio Grande do Norte: 70,3 milhões de frutos
*Ranking dos 10 municípios baianos que mais produzem coco por ano. Levantamento anual, com base na Pesquisa Agrícola Municípal do IBGE.
Conde: 65 milhões de frutos
Rodelas: 54,5 milhões de frutos
Juazeiro: 54,5 milhões de frutos
Acajutiba: 18 milhões de frutos
Esplanada: 18 milhões de frutos
Jandaíra: 18 milhões de frutos
Porto Seguro: 17 milhões de frutos
Entre Rios: 8,7 milhões de frutos
Santa Cruz Cabrália: 8 milhões de frutos
Ituberá: 7,2 milhões de frutos.