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Prisões devem indicar se outras mortes têm relação com denúncia de grileiros da Faroeste

Delegada acredita que investigação avançará após prisões de PMs e empresários

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 21 de julho de 2021 às 18:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Haeckel Dias/Polícia Civi

A prisão de três policiais militares e dois empresários suspeitos de envolvimento na execução do empresário e agricultor Paulo Antônio Ribas Grendene deve fazer com que novas peças desse quebra-cabeça se encaixem.

A expectativa é da diretora do Departamento de Polícia do Interior (Depin), delegada Rogéria Araújo. "A importância dessa operação, é que ela vai trazer informações para a conclusão desse inquérito policial em andamento, da morte do empresário, assim como de outros homicídios que ocorreram anteriormente e que podem estar vinculados a este caso", declarou.

Os suspeitos foram alvo da Operação Bandeirantes, deflagrada na manhã desta quarta-feira (21), que cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão. No total, foram expedidos pela Justiça seis mandados de prisão, mas um dos suspeitos não foi localizado. "A operação está sendo bastante positiva. Já cumprimos até o momento cinco dos seis mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão", disse a delegada. 

Além de Barreiras, os mandados foram cumpridos em outros dois municípios baianos: Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia. Participam da operação policiais da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Corregedoria Geral da SSP (Coger-SSP), Assessoria Executiva de Operações de Polícia Judiciária (AEXPJ), Coordenação de Operações Especiais (COE), Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Departamento de Inteligência Policial (DIP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público Estadual.  

Ao todo, foram 84 policiais deixaram a 11ª Coordenadoria do Interior (Coorpin/Barreiras) por volta das 2h desta quarta.  Durante o cumprimento dos mandando, oito armas, munições, celulares, computadores e documentos também foram apreendidos para identificação de possíveis provas. Além disso, foram apreendidos também três carros e uma moto usados para homicídios e porções de maconha.  Dois alvos de cumprimento de mandado de prisão também foram autuados em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. A Polícia Civil não revelou os nomes dos presos, mas informou que todos foram levados para a complexo policial de Barreiras.

Há cerca de um mês, nomes importantes da Secretaria de Segurança Pública da Bahia estiveram em Barreiras para cobrar empenho às investigações sobre a morte de Grendene. Entre os presentes, estavam o secretário da pasta, Ricardo Mandarino, e a delegada-geral da Polícia Civil Heloísa Brito.

A reportagem entrou em contato com familiares de Grendene, mas eles preferiram não falar sobre o assunto.

O crime Grendene foi o responsável por denunciar investigados na Operação Faroeste, que apura o envolvimento de membros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) num suposto esquema de venda de sentenças, formação de quadrilha, grilagens de terra na região oeste. Ele foi morto no último dia 11 de junho, no bairro de Bandeirante. Na ocasião, ele foi atingido por tiros de espingarda calibre 12 mm e pistola 9 mm.  

De acordo com a Delegacia de Barreiras, que investiga o homicídio, "a vítima conduzia o veículo, quando foi atingida por disparos de arma de fogo. Os autores estavam em um carro de cor branca". Paulo Antonio estava dentro de seu carro, um Renault Sandero Stepway, que ficou todo perfurado de balas. O agricultor era paranaense de Nova Londrina. (Foto: Reprodução) No dia 12 de julho deste ano, o Ministério Público da Bahia, através da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), denunciou o juiz Sérgio Humberto, os advogados Júlio César e Vanderlei Chilante e o empresário Nelson José Vigolo, por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção em esquema criminoso criado para blindar grupo econômico que disputava propriedades de terras na região oeste da Bahia. Dias antes, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 16 pessoas na operação.

De acordo com a denúncia do MP, foi ajustado pagamento de R$ 1 milhão ao magistrado para que ele se declarasse suspeito nos processos de interesse do Grupo Bom Jesus Agropecuária, com o objetivo de que o juiz não proferisse novas decisões desfavoráveis. O MP pediu a prisão preventiva do juiz, além da perda de função pública e decretação de perdimento de produtos dos crimes no valor mínimo de R$ 1,5 milhão.   Para o MP, os denunciados integraram organização criminosa, em conjunto com uma desembargadora e o filho dela, para enfrentar grupo econômico liderado pelo “falso cônsul” Adailton Maturino. O pagamento da propina ao juiz teria sido realizado em espécie.    Ainda segundo a denúncia, o saque foi realizado pelo advogado Júlio César da conta bancária de Nelson Vigolo e o dinheiro depositado, de maneira fracionada, na conta de um “laranja”. Só depois o valor teria sido transferido para parentes ou empresas vinculadas aos parentes do magistrado.   A denúncia aponta as provas reunidas ao longo das investigações ocorridas no âmbito da ‘Operação Faroeste’ e compartilhadas pela Procuradoria-Geral da República, após autorização do Ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).    Entre as provas apontadas, estão as obtidas por meio de interceptações telefônicas, ações controladas, escutas ambientais, relatórios de inteligência do Coaf, quebras de sigilos bancários, bem como as colaborações premiadas firmadas pelos denunciados Júlio César, Vanderlei Chilante e Nelson Vigolo com o Ministério Público Federal.