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Fernanda Varela
Publicado em 17 de outubro de 2019 às 19:25
- Atualizado há 2 anos
A situação das praias de Salvador, que estão sendo poluidas por manchas de óleo que vazaram no oceano, é grave. Só nesta quinta-feira (17), a Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb) removeu 47 toneladas e 920 quilos da substância tóxica na capital baiana.>
Se este número for somado às 23 toneladas e 580 quilos retirados na quarta-feira (16), Salvador já contabiliza um total 71,5 toneladas de material em uma semana, período desde quando as manchas começaram a surgir na cidade.>
No total, são 405 agentes de limpeza envolvidos no processo de remoção, que contam com o apoio de 16 caminhões e três tratores. Além disso, grupos de voluntários organizam mutirões. >
Em Salvador, as praias atingidas foram as da Pituba, Jardim dos Namorados, Jardim de Alah, Boca do Rio, Stella Maris, Praia do Flamengo, Ipitanga, Piatã, Itapuã, Placarford, Amaralina, Ondina, Rio Vermelho e Barra. Nesta manhã, as primeiras pelotas de óleo começaram a ser vistas em Ondina e na praia do Farol da Barra.>
Uma das que apresentou situação mais grave foi a praia da Pedra do Sal, em Itapuã. Além da grande quantidade de substância tóxica, o material surgiu na praia em estado líquido, o que dificultou a remoção. Uma ave da espécie Socó foi encontrada coberta de óleo. O animal foi resgatado e levado para o Instituto de Mamíferos Aquáticos (IMA), em Pituaçu, onde está recebendo cuidados de veterinários e biólogos.>
Em todo o estado, já são nove os municípios afetados pelo material oleoso. A lista é composta por Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Vera Cruz.>
O último balanço divulgado pelo Governo do Estado informa que 155 tonaleadas já foram recolhidas em todo o estado, desde que a primeira mancha de óleo apareceu. Só em Lauro de Freiras, nas praias de Vilas do Atlântico e Ipitanga, foram recolhidas oito toneladas nesta quinta, enquanto na Praia do Conde foram retiradas três toneladas. No entanto, este número vai aumentar, já que o balanço é do material recolhido até o meio-diae,portanto, não considera as retiradas feitas no município do Litoral Norte e em Vera Cruz. Foto: Guardiões do Litoral/Divulgação Animais afetados De acordo com o levantamento do Projeto Tamar, desde que o óleo chegou à Bahia, no dia 10 de outubro, foram registrados 10 filhotes mortos e dois resgatados com vida em áreas monitoradas. Além disso, foram registrados os encalhes de duas tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea), uma sub-adulta e outra adulta, e uma de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) juvenil.>
"É importante ressaltar que, embora as tartarugas tenham interagido com o óleo, não é possível afirmar que esta foi a causa do óbito destes indivíduos", disse o Tamar por meio de nota.>
Já o Ibama registrou duas tartarugas mortas, sendo uma em Salvador, na Praia da Pituba, e outra em Jandaíra, além de outras duas resgatadas com vida, sendo uma em Jandaíra e outro no Conde. O órgão federal também registrou uma ave resgatada com vida em Maraú.>
Em toda a região Nordeste, o Ibama contabiliza 29 animais afetados. Destes, são duas aves mortas e uma viva, 11 tartarugas marinhas vivas e 15 mortas, além de 486 Filhotes de tartarugas marinhas capturadas preventivamente.>