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Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2018 às 13:54
- Atualizado há 2 anos
A polícia matou no final da manhã deste sábado (9) um suspeito de participar do assassinato do cabo da Polícia Militar Gustavo Gonzaga da Silva, 44 anos, executado nesta madrugada, no final de linha do bairro da Santa Cruz. De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o criminoso, conhecido pelo apelido de 'Budigo', foi encontrado na Rua dos Posseiros com revólver, munições e drogas e atirou contra a polícia. Em seguida, teria ocorrido uma troca de tiros, ele acabou atingido e não resistiu.
Em nota, a SSP informou que equipes da Rondesp Atlântico faziam rondas no Nordeste de Amaralina, quando Budigo correu armado, atirando na direção dos PMs. "No confronto, ele foi atingido, socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu", informa comunicado da SSP. Suspeito conhecido como 'Budigo' foi morto no final da manhã (Foto: Divulgação/SSP-BA) A polícia informou ainda que com o traficante - que, segundo informações preliminares, tem passagens pela polícia - foram encontrados um revólver calibre 38, munições e 35 pinos de cocaína. "Seguimos operando no bairro, com reforço de unidades especializadas, em busca de mais integrantes da quadrilha", declarou o comandante do policiamento na Região Integrada de Segurança Pública (Risp) Atlântico, coronel Francisco Kerjean.O coordenador da Força Tarefa que investiga morte de policiais, delegado Odair Carneiro, destacou que, segundo testemunhas, Budigo teria participado do crime contra o PM. "Estamos no início da investigação. Não descartamos a participação de outros indivíduos", comentou.
Por conta do assassinato do policial, a Comissão dos Taxistas da Bahia recomendou neste sábado (9) que os profissionais evitem a área da Santa Cruz, por medida de segurança. "Sempre que há situação de violência ou manifestação, nós alertamos os taxistas", disse o taxista João Adoro, membro da Comissão.
Prisão Também no final da manhã deste sábado (9), a PM prendeu o traficante Reinaldo Costa Soares, 26 anos. Ele é irmão e comparsa de 'Keka', um dos suspeitos pela morte do cabo Gonzaga. Segundo a SSP-BA, Reinaldo foi preso na Rua do Balneário, quando, segundo denúncias anônimas,, se preparava para fugir do bairro. Com ele, policiais da Rondesp Atlântico apreenderam pinos de cocaína.
"Estamos com as equipes patrulhando e checando denúncias desde as 5h. A determinação é desarticular todo o bando e a missão será cumprida", avisou o comandante da Rondesp Atlântico, major Edmundo Assemany. Reinaldo está sendo ouvido no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Crueldade Segundo informações da Polícia Militar, o policial Gustavo Gonzaga passava pela Santa Cruz em um veículo Onix, quando foi cercado por indivíduos da região que efetuaram disparos de arma de fogo. O cabo Gonzaga reagiu, mas foi atingido e não resistiu aos ferimentos.
Segundo informações de policiais, o militar saiu, em companhia de um pedreiro, conhecido por 'Jai', que era seu vizinho, quando foi abordado por três traficantes de drogas do bairro - conhecidos por Choquito, Keka e Leno - e executado. O policial teria sido morto com requintes de crueldade, tendo a língua, orelhas e mão direita decepados, os olhos e mandíbula arrancados, além de receber vários tiros na cabeça. Cabo Gonzaga estava há 22 anos na PM (Foto: Reprodução) Ainda de acordo com a PM, após o crime, viaturas da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina) estiveram no local, fizeram o isolamento da área e solicitaram os agentes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para perícia e remoção do corpo.
A polícia informou também que o cabo PM Gonzaga era lotado na 4ª Cia de Saúde, do Batalhão de Polícia de Guarda da Polícia Militar (BG) e integrava o quadro funcional da PM há mais de 22 anos. Ele tinha uma companheira e deixa duas filhas. Em nota, a corporação lamentou a morte do policial. O enterro será neste domingo (10), às 11h, no Cemitério Campo Santo.
Segunda morte em pouco mais de 24h Essa foi a segunda morte de policial registrada em pouco mais de 24 horas. O também cabo da PM José Luiz da Hora, 51 anos, foi encontrado baleado por policiais militares na noite da última quinta-feira (7) em São João do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador. Ele era pastor de uma igreja em Periperi, onde congregava há 17 anos, e não costumava andar armado, de acordo com colegas de religião e de trabalho.
Segundo a polícia, o cabo teve o carro roubado e quando uma guarnição da 14ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Lobato) chegou, foi recebida a tiros pelos criminosos, que abandonaram o veículo. No entanto, um áudio que circula em grupos de policiais no WhatsApp sugere que a vítima fora baleada pela própria polícia.
O enterro do o cabo Da Hora, que fazia curso para subir de patente e virar sargento na PM, ocorreu no final da tarde desta sexta (8) no Cemitério Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto.
Segundo a assessoria da PM, até sexta (8) tinham sido registradas seis mortes de policiais militares este ano, em toda a Bahia, vítimas de crimes dolosos contra a vida. Em todo o ano passado, foram 21 mortes.