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Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 11:54
- Atualizado há 2 anos
Mais de dez caixas e malas com dinheiro em espécie foram encontradas na manhã desta terça-feira (5) pela Polícia Federal em um imóvel que seria usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima para esconder as notas em Salvador. A ação faz parte da Operação Tesouro Perdido, que visa cumprir mandado de busca e apreensão emitido pela 10ª Vara Federal de Brasília. A PF já contabiliza R$ 40 milhões no dinheiro apreendido. O balanço é parcial, pois os policiais seguem contando as cédulas encontradas em caixas e malas.
Segundo a PF, os agentes chegaram até o apartamento no edifício Residencial José da Silva Azi, na Graça, a partir de dados coletados em investigação nas últimas fases da Operação Cui Bono. A grande quantia de dinheiro ainda não foi contabilizada. Os valores apreendidos serão transportados a um banco onde será contado e depositado em conta judicial.
Segundo a denúncia, o apartamento teria sido cedido a Geddel para que o ex-ministro guardasse pertences após a morte do pai, em 2016. Foto: Polícia Federal/Divulgação Foto: Polícia Federal/CORREIO
Telefonema Na decisão em que autorizou a busca e apreensão no imóvel que seria o 'bunker' do dinheiro de Geddel Vieira Lima, o juiz Vallisney de Souza Oliveira destaca que a Polícia Federal foi informada sobre a existência do local por meio de uma ligação telefônica.
A busca no imóvel foi alvo da nova fase da operação 'Cui Bonno?', batizada de Tesouro Perdido. Na 'Cui Bonno?' Geddel é investigado em razão de sua atuação enquanto vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal. Na busca foram encontradas caixas e malas contendo grande quantidade de dinheiro vivo.
"De fato, as mencionadas informações policiais dão conta que o Núcleo de Inteligência da Polícia Federal teria tecido uma notícia por meio telefônico, no dia 14/07/2017, asseverando que no último semestre um apartamento do 2º andar do edifício José da Silva Azi estaria sendo utilizado por Geddel Vieira Lima para guardar caixas de documento", explica o despacho do juiz federal
Após a informação dada por telefone, a PF fez um trabalho de pesquisa de campo com moradores do prédio que confirmou que "uma pessoa teria feito uso do aludido imóvel para guardar pertences do pai". O trabalho de investigação na PF é conduzido pelo delegado Marlon Cajado.
Ainda em seu despacho, o juiz federal aponta que "há fundadas razões de que no supracitado imóvel existam elementos probatórios da prática dos crimes relacionados na manipulação de crédito e recursos realizada na Caixa".
Réu Ex-ministro do governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima já é réu em um processo na 10ª Vara de Brasília. Desdobramento da mesma operação Cui Bonno? que deu origem a ação desta quarta, a ação penal é pelo suposto crime de obstrução de Justiça praticado pelo peemedebista.
No despacho em que aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, Vallisney de Souza afirmou que "está demonstrada, até agora, a plausibilidade das alegações contidas na exordial acusatória, em face da circunstanciada exposição dos fatos tidos por criminosos e das descrições das condutas em correspondência com os documentos constantes dos autos".
Para o MPF, Geddel, após a prisão do corretor Lúcio Bolonha Funaro, monitorou e constrangeu a mulher do corretor, Raquel Pitta, com a intenção de "influenciá-lo" a não colaborar com as investigações referentes às operações Cui Bono e Sépsis, que tratam de desvios na Caixa.