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Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2022 às 18:43
- Atualizado há 2 anos
Materiais genéticos de referência do jornalista britânico Dom Phillips foram coletados, nesta sexta-feira (10), em Salvador. O Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal do Amazonas, fez a coleta na casa onde Dom mora com a esposa, Alessandra Sampaio.
Os materiais serão utilizados na análise que vai comparar com o sangue encontrado na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como "Pelado". Material genético do indigenista Bruno Pereira também foi coletado hoje na cidade de Recife (PE). Eles foram vistos pela última vez no domingo (5). Ainda de acordo com o Comitê de Crise, as equipes de busca localizaram no rio, próximo ao porto de Atalaia do Norte, material orgânico aparentemente humano, que foi encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. A mesma equipe já realiza perícia nas amostras de sangue encontradas no barco de Amarildo.
A Operação Javari segue com a busca fluvial e com reconhecimento aéreo na região do Rio Itaquaí, último local em que Bruno e Dom foram vistos. "Os órgãos federais e estaduais reforçam o compromisso com a elucidação dos fatos e se empenham para que haja o retorno o quanto antes dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips para seus entes queridos", diz nota da Superintendência Regional de Polícia Federal no Amazonas.Escavação Voluntários que participam das buscas pelo indigenista e pelo jornalista disseram que encontraram sinais de escavação às margens do Rio Itaquaí, em uma área abaixo da "Comunidade Cachoeira", em Atalaia do Norte, nesta sexta-feira (10).
Mergulhadores o Corpo de Bombeiros, além de agentes da Polícia Militar, da Defesa Civil, do Exército e da Marinha estão na região. Segundo o subtenente do Corpo de Bombeiros, Geonivan de Amorim Maciel, o relato dado foi o de "terra batida".
"Como se alguém tivesse cavado algo, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo. Vamos fazer uma varredura no fundo para ver se encontra algo", disse ao g1.
Bruno e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade ribeirinha São Rafael por volta das 6h de domingo (5), partindo rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas de lancha, mas não chegaram ao destino.
Sangue na lancha A perícia encontrou, na quinta (9), vestígios de sangue na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, investigado por envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na Amazônia. Ainda não há conclusões que apontem que o sangue é humano ou de animais. A Polícia Civil pediu a prisão temporária dele.
Amarildo, conhecido como Pelado, está preso desde terça após as autoridades encontrarem com ele uma porção de droga e munição de uso restrito das Forças Armadas.
Como mostrou o Estadão, o indigenista Bruno Pereira foi mencionado em um bilhete apócrifo com ameaças, escrito por pescadores ilegais que atuavam na área e dirigido à entidade para a qual o indigenista trabalhava. Pereira é um prestigiado indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) e está licenciado para trabalhar diretamente com a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Entre 2015 e 2020, ele atuou no contato de comunidades isoladas dentro do território do Javari que entraram em choque com comunidades da etnia matis, contatada há décadas. A região reúne o maior número de comunidades isoladas do mundo.