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Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 11:53
- Atualizado há 2 anos
Redação CORREIO>
A perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica de Salvador sobre a morte do menino Joel da Conceição Castro, de 10 anos, apontou que a arma utilizada no crime é do policial Eraldo Menezes de Souza, que trabalhava na corporação há 14 anos. >
O secretário de Segurança Pública, César Nunes, foi à 28ª delegacia do bairro pessoalmente nesta manhã para verificar o resultado e os procedimentos que serão adotados após a nova evidência. No total, nove policiais participavam da operação que teve como consequência a morte de Joel, no último dia 21 de novembro. Inicialmente, os PMs haviam informado que participavam de uma troca de tiros com traficantes. >
Dois deles ainda vão responder por omissão de socorro, pois o pai da criança os reconheceu como os policiais que se negaram a levar o menino ao hospital após os disparos. Os policiais estão afastados das ruas e a arma que matou Joel era uma pistola ponto 40. >
Visita à famíliaCésar Nunes esteve na casa dos pais do menino que sonhava ser capoeirista três dias após sua morte. Quando colocou o dedo no buraco deixado pela bala que atravessou a janela e matou o estudante de 10 anos, ele não resistiu e chorou. Colocou a mão sobre o rosto e virou-se para a parede. Depois, olhou para os pais da vítima, disse: “Eu também sou pai e entendo a dor que vocês estão passando”. >
Acompanhado pelo delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, e da titular da 28ª Delegacia, Jussara Souza, além de policiais civis, Nunes se reuniu com os pais da vítima, a portas fechadas. Ele permaneceu no interior da residência por 20 minutos. >
“Nós viemos justamente para demonstrar o apoio da secretaria à investigação desse homicídio”, disse, emocionado. Nunes ingressou na Polícia Federal em 1973 e é secretário desde 2008. >
Sobre versões apresentadas, pela PM - de que o menino foi morto por traficantes - e pelos moradores - de que o tiro foi disparado pela polícia, o secretário disse que somente se pronunciaria após o resultado da perícia. >
Antes de ir embora, segundo os pais da vítima, o secretário “balançou a cabeça e disse que não vai ficar desse jeito”. Ele garantiu à família do capoeirista que as investigações sobre a morte seriam concluídas em até 40 dias. >