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Roberto Midlej
Publicado em 9 de agosto de 2021 às 22:00
- Atualizado há 2 anos
É hora de esquecer as desavenças ideológicas e unir a sociedade civil em torno de um único objetivo: o desenvolvimento do Brasil. Esse foi o consenso a que chegaram ontem Luiza Trajano e Carola Matarazzo, no Segundou, no Instagram do CORREIO.
"Se você estudar a história de todos os países que deram grandes saltos, vai ver a importância da sociedade civil junta, organizada, unida. Precisamos largar dessa briga 'direita x esquerda', esse desgaste que a gente tá vivendo. O país tem 14 milhões de desempregados e gente passando fome. Não adianta ficar tentando encontrar culpados", disse Luiza, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo do Brasil. Luiza é conhecida também por suas ações de filantropia.
A empresária foi a segunda convidada da série especial do Segundou, chamada Agosto da Filantropia. Durante este mês, Joca Guanaes, apresentador titular do programa, divide a função com Carola e toda semana eles recebem um convidado ligado à filantropia. Na semana passada foi Rodrigo Pipponzi, fundador da editora MOL. Na próxima segunda, é a vez de Edu Lyra, da ONG Gerando Falcões, e Preto Zezé da Central Única das Favelas.
Pandemia
Luiza destacou que a cultura da doação precisa ser estimulada no país e, segundo ela, essa cultura melhorou no país desde o início da pandemia, que, para a empresária "escancarou" as desigualdades que vêm desde os tempos da escravidão."As famílias e as empresas agora na pandemia doaram sete bilhões de reais, que salvaram muito. A gente vive uma tristeza que é a pandemia, que trouxe desemprego, tristezas e insegurança. Mas ela trouxe uma fresta que aumentou a cultura da doação", disse a empresária.O Movimento Bem Maior, dirigido por Carola, é uma organização que identifica, conecta e viabiliza iniciativas de impacto social para fortalecer a filantropia no Brasil. A dirigente, assim como Luiza, ressaltou a cultura da doação durante a pandemia e, para ela, o comportamento dos brasileiros neste período mostrou a capacidade que a sociedade tem quando atua de maneira unida.
"Foram milhares de cestas básicas, respiradores, macas... mobilização nos municípios para distribuir vacinas e alimentos. Foi um volume como nunca visto no país e nós trabalhamos para que seja recorrente e não seja só na emergência", disse Carola.
Vacinas
Luiza falou também sobre o Unidos Pela Vacina, que o Mulheres do Brasil lançou durante a pandemia e tem o objetivo de tornar viável a vacinação de todos os brasileiros. Junto com gestores locais, o movimento detecta as carências dos municípios e facilita a aquisição de agulhas, seringas e insumos, transportes, armazenamento e locais de vacinação.
"Respeito quem não quer tomar vacina por questões religiosas, mas já estamos cansados de saber que 75% da população tem que ser vacinada para que a vida volte ao normal. Isso está na história! Recentemente, estive fora do Brasil para visitar meus netos e percebi que onde tem vacina, melhorou", revelou a empresária.
O Unidos pela Vacina, no entanto, não compra vacinas, porque essa é uma atribuição exclusiva do governo federal."Hoje, temos mais de três mil pessoas atuando como voluntárias no projeto, realizando ações para destravar a vacinação. Muitos municípios precisam, por exemplo, de câmara fria ou de computadores. Já recebemos R$ 40 milhões e aceitamos todo tipo de doação, até uma caixa térmica", disse Luiza.Voluntários e doadores podem entrar em contato pelo email [email protected].
Luiza disse que a paixão pelo Brasil é o que lhe inspira a praticar a filantropia. "Desde menina sou apaixonada pelo Brasil. E não adianta me perguntar por que, mas isso é desde menina. E a Magazine Luiza há 23 anos, toda segunda-feira, canta o hino nacional. Me inspira o nosso povo, que é maravilhoso. Meu propósito é fazer o Brasil de hoje e não o de amanhã", afirmou. Mas, antes que especulem, ela garantiu que não será candidata a nenhum cargo político. "Não vou sair candidata, já vou avisando. Nunca pertenci a nenhum partido, mas sou política, porque acho que só políticas públicas vão mudar".