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Publicado em 14 de junho de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
(Foto: Claudionor Júnior/Arquivo CORREIO) De tão pacato, o Largo de Santana nesta fotografia de junho de 1993 pouco lembra a boemia que tornou o bairro do Rio Vermelho famoso na Bahia e entre turistas fora daqui. O casario ao fundo, precisando de uma reforma urgente, abrigava, na esquina, uma padaria, embora uma baiana já montasse ali do lado seu tabuleiro de acarajé.
Na época, havia uma movimentação para que o Largo passasse por reforma - a proposta, inclusive, dividia opiniões: enquanto uns queriam ver cara nova, outros lutavam para que o bairro continuasse como estava. A reforma aconteceu, de fato, em 1994.“É um encontro de momentos, a Igreja de Santana, que é do século XVIII para o XIX, e o casario ao fundo. Um Rio Vermelho sem ser boêmio”, comenta o historiador Rafael Dantas.Antes disso, em meados dos anos 1980, chegou-se a cogitar a derrubada de um casarão e até da antiga igreja para melhorar a fluidez do trânsito no bairro. Não colou. Meu pai, que morou ali naquela década, lembra que o bairro chegou a passar por algumas intervenções, já que o Rio Vermelho estava na rota da visita apostólica do papa João Paulo II, em 1980.
A ausência dos bares, das mesas e cadeiras na rua e do movimento característico do bairro - antes do isolamento social, claro - não é a única diferença. Esta outra imagem, feita no mesmo dia 23 de junho de 1993 pelo fotógrafo Claudionor Júnior, mostra que a pista do Largo ficava rente ao fundo da igreja - tem até um táxi ali do lado, modelo Fusca. (Foto: Claudionor Júnior/Arquivo CORREIO) Já existia ali uma banca de revistas, mas esta área murada, hoje, virou estacionamento. Dá para ver melhor nesta terceira imagem, também feita no mesmo dia. O terreno perdeu o muro que o cerca e recebeu calçamento para abrigar o estacionamento que cohecemos hoje e, também, o tabuleiro do acarajé de Regina, ao lado da banca de revistas.
Já a Colônia de Pescadores segue ali, firme e forte, assim como a escultura em frente a local onde hoje fica a Casa de Yemanjá. (Foto: Claudionor Júnior/Arquivo CORREIO)