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Da Redação
Publicado em 28 de março de 2020 às 15:03
- Atualizado há 2 anos
A diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África alertou sobre a "evolução gravíssima" da epidemia de covid-19 na África, onde já existem cerca de 40 países afetados, enquanto há um mês só havia um.>
"A situação é muito preocupante com uma evolução gravíssima: um aumento geográfico do número de países e, também, um aumento do número de casos infectados", declarou Matshidiso Rebecca Moeti em uma entrevista ao canal France24.>
"Há um mês, havia somente um país na região africana, ou seja, África subsariana e Argélia". Duas semanas depois, "havia cinco países com 50 casos. Agora, há dois ou três dias, temos 39 países com cerca de 300 casos por dia", o que equivale a 2.234 casos na atualidade, explicou.>
"Também havia cerca de 40 mortes registradas e aproximadamente 70 pessoas curadas. Então a evolução é muito preocupante", insistiu a responsável regional da OMS, que pediu que se "intensifiquem todas as ações por parte dos países africanos, com o apoio da OMS e dos sócios".>
Segundo um balanço da agência de notícias AFP com base em fontes oficiais, hoje às 11h (8h no horário de Brasília), foram registrados 3.300 casos e mais de 90 mortes na África.>
Mesmo com as medidas tomadas em cerca de 40 países africanos, de confinamento, isolamento de casos suspeitos, proibição de atos religiosos ou esportivos e do fechamento de escolas em 25 países, o continente continua mal equipado para enfrentar uma crise de saúde de grande alcance, reconheceu implicitamente Matshidiso Rebecca Moeti, que fez alusão a um "desafio" autêntico.>
"É certo que em muitos lares africanos vivemos em famílias numerosas. Às vezes, é muito difícil para todos terem seu próprio quarto. Há uma vida comunitária muito forte. Devemos encontrar outros meios de higiene para minimizar a propagação do vírus", destacou.>
É preciso "adaptar medidas" para limitar a expansão da epidemia "no contexto africano" e "trabalhar com quem facilita o acesso à água", acrescentou.>
Contudo, destacou alguns avanços: "há algumas semanas, apenas dois países podiam diagnosticar, e agora já são 42 países capazes de diagnosticar a doença".>