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Osmar Marrom Martins
Publicado em 10 de junho de 2021 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
“Olá Marrom, que ótima notícia que você está me dando. Não sabia da indicação! Massa! Mas desde já te digo que meu final de dia se encheu de alegria aqui com essa notícia maravilhosa”, Foi com essas palavras que Alê Siqueira um dos produtores musical do projeto “Obatalá – Pai da Criação” atendeu ao chamado da reportagem, direto de Portugal onde Alê vive há 15 anos. O produtor esteve em Salvador durante as gravações do projeto a convite de Flora e Gilberto Gil. “Fiquei muito emocionado porque eu sei a luta que foi fazer esse disco que há dez anos o Iuri vem tentando fazer. É um disco simbolicamente muito importante nessa fase que estamos vivendo. Porque vai contra toda essa intolerância e perseguição”, completou Alê. A informação, divulgada nesta quarta-feira (9), pelo Blog do Marrom, de que Obatalá - Pai da Criação é um dos finalistas na edição 2021 do New York Festivals TV & Film Awards foi celebrada pelos produtores do documentário. O filme mergulha na cultura afro-brasileira a partir do processo de gravação do álbum Obatalá: Uma Homenagem à Mãe Carmen, que celebra a Ialorixá do Terreiro do Gantois, em Salvador. Neste ano, o festival contou com inscrições de mais de 50 países. Ivete Sangalo participa do projeto que homenageia Mãe Carmen O New York Festivals TV & Film Awards homenageia o conteúdo audiovisual de diversas plataformas de mais de 50 países, abraçando todos os aspectos das indústrias de televisão e cinema em 14 categorias. Obatalá concorre na categoria documentário e terá concorrentes de diversas partes dos EUA, Filipinas, Catar, Reino Unido, Romênia e outros países. Os resultados serão enviados para a produção no final de julho e início de agosto. O festival americanao premia os três primeiros de cada categoria com medalhas de ouro, prata e bronze, e os demais finalistas com um Prêmio de Certificado de Finalista. Outro produtor musical do projeto, Iuri Gantois, que mora em Salvador, também festejou a notícia.
“É com imensa alegria que eu recebi essa notícia. É até difícil mensurar a importância disso para a nossa religião o Candomblé. Eu como produtor musical do disco e arranjador, assim como meu tio Yomar Asogbá e Luciana Baraúna tivemos a ideia junto com o grupo Ofã homenagear a nossa Yalorixã assim como todo o povo do candomblé, todas as mulheres negras batalhadoras que vem resistindo a tantas agressões físicas e psicológicas. O candomblé ultimamente tem sido um lugar difícil de estar. Então, esse documentário nos traz a esperança de diminuir a distância entre as pessoas que não sabem o que é o Candomblé, a religião do Candomblé, o que o nosso passou e continua passando para estar aqui presente”, contou ao Correio. O projeto Obatalá: o Pai da Criação traz cenas inéditas do encontro de grandes nomes da música brasileira. Imagens inéditas dos bastidores do encontro musical são revelados no filme gravado antes da pandemia. Gilberto Gil, Alcione, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Ivete Sangalo, Marisa Monte, Matheus Aleluia, Jorge Ben e Daniela Mercury estão entre os 18 artistas que se reuniram para interpretar as 17 canções do disco indicado ao Grammy Latino 2020, na categoria melhor álbum de raízes em Língua Portuguesa. Cada convidado, em solo e dueto, cantou em homenagem a um Orixá e o filme mostra os bastidores com depoimentos exclusivos. Um dos destaques é o reencontro de Gilberto Gil e Jorge Ben Jor depois de 30 anos. O filme está disponível para assinates na plataforma de streaming Globoplay. Flora Gil e Daniela Mercury durante o lançamento do projeto (Fotos: Divulgação/Ulisses Duma) Um dos objetivos do documentário é tentar quebrar as barreiras de um país ainda intolerante com as religiões de origem africana. “O candomblé da Bahia e o do Brasil foram perseguidos ostensivamente. O registro das gravações reforça a importância da religião de matriz africana. Mãe Carmen e a casa de candomblé do terreiro de Gantois foram extremamente generosas na autorização do projeto do disco e agora do documentário”, disse Flora Gil. Na época do lançamento do projeto, Cristina Aragão, roteirista e narradora, responsável pelo texto de abertura do filme, destacou a força de Obatalá: “O documentário é luminoso e esclarecedor. Há um misto de emoções quando ouvimos as canções com um pensamento claro dos valores do candomblé no mais famoso terreiro do Brasil”, disse.