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Ana Pereira
Publicado em 17 de julho de 2021 às 07:00
- Atualizado há 2 anos
Depois de mais de um ano de festivais de cinema acontecendo exclusivamente online, o Festival de Cannes, que termina neste sábado, fez o mundo cinematográfico sonhar com a volta da normalidade. Além da expectativa pelo filme vencedor, a 74ª edição do evento já entra para a história como a primeira da retomada –vale lembrar que no ano passado o evento teve uma edição bem pequena, só para não passar batido.
Também fica marcado pela presença de Spike Lee, primeiro cineasta negro a presidir o júri do mais prestigiado festival de cinema do mundo. Na cerimônia de abertura, no dia 6, o diretor lembrou ao mundo seu estilo corajoso e marcante, que conquistou o mundo com filmes como Febre na Selva e Faça a Coisa Certa e abriu espaço para o debate do racismo no cinema americano: chamou Donald Trump, Bolsonaro e Vladimir Putin de gângsters. E conclamou o mundo “a levantar a voz contra eles”.
Aos 62 anos, Spike Lee tem uma relação antiga com o festival francês, mas disse que quase “não acreditou” quando recebeu o convite. “Estou feliz, surpreso e orgulhoso ao mesmo tempo”, afirmou. Convenhamos que passou da hora, quando se fala tanto em mais diversidade no cinema.
Lee já apresentou sete filmes na competição. O primeiro foi Ela Quer Tudo (1986), depois vieram Faça a Coisa Certa (89), Febre da Selva (91), Garota 6 (96), Dez Minutos Mais Velho (2002), Infiltrado na Klan (2018) e Destacamento Blood (2020). Com o penúltimo, baseado na história real de um policial negro que se infiltrou na Ku Klux Klan, ele ganhou a Palma de Ouro e também seu primeiro Oscar (de roteiro adaptado). Adam Driver e John David Washington em Infiltrado na klan, de 2018, que está disponível na Netflix (Foto: Divulgação) Nos seus dois últimos filmes, o cineasta reafirma sua importância dentro do cinema com histórias que ampliam o debate sobre o racismo e a desigualdade: a atuação da Ku Klux Klan e a presença negra na Guerra do Vietnã - respectivamente. Elas olham para o passado e mostram como estas questões estão vivas no presente.
Mas, claro, com a marca do diretor, o que inclui o humor e a ironia colocados de forma precisa em momentos de tensão, e a estética apurada, sobretudo em Infiltrados na Klan, que reproduz toda a ousadia visual dos anos 70. Destacamento Blood é a primeira parceria de Lee com a Netflix e conta com o ator Chadwick Boseman no elenco - em uma de suas últimas atuações. E Infiltrados na Klan pode ser visto na plataforma desde junho. Vale a pena prestar atenção no recado do Mr.Lee.
+ Cinema : Festival do Rio ganha edição em parceria com o Telecine
O filme dinamarquês Druk - Mais Uma Rodada, que abre o festival, venceu o Oscar de Filme Estrangeiro deste ano (Foto: Divulgação) Na falta de um evento ao vivo, o Festival do Rio fez ações especiais para não passar mais um ano sem acontecer. Depois de parcerias com o Canal Brasil e o Curta, inicia neste sábado (17) uma edição conjunta com a plataforma de streaming do Telecine e com o canal Telecine Cult. Até dia 31 de julho, serão 15 filmes internacionais aclamados de nove países, como Quo Vads, Aida?, Noite de Reis, DNA, com Fanny Ardant e Louis Garrel, e ganhadores do Oscar e Globo de Ouro em 2021, como Bela Vingança, Druk - Mais Uma Rodada e O Mauritano.
A seleção com todos os títulos que compõem a edição pode ser acessada na cinelist www.festivaldorio.com.br. A cada dia, um filme inédito irá estrear no serviço à 0h e ficará disponível para o play por 24 horas. Aos sábados, o Telecine Cult reexibirá, sempre às 22h, alguns dos principais longas da seleção.
A abertura, neste sábado (17), será com Druk - Mais Uma Rodada. O longa dinamarquês foi vencedor do Oscar 2021 de Melhor Filme Estrangeiro. A comédia dramática traz quatro professores que decidem testar a teoria de que ao manter um teor constante de álcool no sangue serão mais felizes e bem-sucedidos. Dirigida por Thomas Vinterberg. o filme é protagonizado por Mads Mikkelsen como protagonista.Amanhã tem o russo Caros Camaradas! - Trabalhadores em Luta (Dear Comrades), que ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza do ano passado.
Para assistir aos filmes inéditos e exclusivos da edição online do Festival do Rio, baixe o aplicativo ou acesse www.telecine.com.br. O primeiro mês de acesso é gratuito para novos assinantes.
Agende-se
17/07 - Druk - Mais Uma Rodada (2020) (Disponível no Telecine Cult, dia 17, às 22h) Para alegrar um amigo em crise, um grupo de professores decide testar a ousada teoria de que serão mais felizes e bem-sucedidos vivendo com um pouco de álcool no sangue. Direção: Thomas Vinterberg 18/07 - Caros Camaradas! - Trabalhadores em Luta (Dear Comrades/2020) Lyudmila é uma executiva que passa a questionar sua própria visão política quando testemunha um grupo de trabalhadores sendo atacado pelo governo soviético, que ela sempre apoiou. Direção: Andrei Konchalovsky
Música: Bethânia na era dos singles Maria Bethânia lança o single Lapa Santa (Foto: Jorge Bispo/divulgação) Festa do interior com Bethânia
Maria Bethânia aderiu aos singles, como aquecimento para o novo álbum, Noturno, que será lançado dia 30. Depois da delicada A Flor Encarnada, letra e música de Adriana Calcanhotto, lançado dia 26 de junho, ela agora apresenta Lapa Santa, composição de Paulo Dafilin e Roque Ferreira, já disponível nas plataformas digitais. A canção tem arranjos de Letieres Leite e fala de religiosidade e do brasil interior, temas que sempre marcam presença nos álbuns da artista, Na letra, são enaltecidos costumes atualmente raros nas grandes cidades, como romeiros e romarias, festas no terreiro, candeeiros em torno dos santos e moradores que abrem suas casas para receber os devotos em procissão.
O pianista Zé Manoel, que acompanhou Bethânia no primeiro single, desta vez se junta a João Camarero (violão), Jorge Helder (baixo), Marcelo Costa (percussão), Marco Catto (viola), Marcos Ribeiro (cello) e Priscila Rato e Marcio Sanchez (violinos), numa festa musical que antecipa o que virá por ai. Outras faixas já anunciadas do álbum Noturno são Prudência, de Tim Bernardes, compositor que Bethânia grava pela primeira vez; De Onde Eu Vim, de Paulo Dafilin; Luminosidade, de Chico César; 2 de Junho, de Adriana Calcanhotto; e Bar da Noite, de Bidu Reis e Haroldo Barbosa.