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Donaldson Gomes
Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 14:00
No apagar das luzes de 2022, a Codeba quer impor uma mudança na tentativa de aumentar a oferta de vagas no pátio de triagem do Porto de Salvador que está preocupando mais o setor produtivo baiano do que a quantidade de vagas para veículos na estrutura atual. Atualmente, nos momentos de pico de movimentação, utiliza-se uma área reserva, que fica ao lado do pátio, para atender ao volume excedido. Porém, a Companhia Docas optou por lançar uma concorrência para construção de um espaço fora da área do porto, de uso obrigatório e com uma cobrança adicional. A chiadeira é praticamente generalizada porque os donos de cargas já pagam taxas para a Codeba. O pedágio seria mais uma despesa para o uso do porto.
O temor de quem depende do Porto de Salvador para operar é que retirar esta atividade de lá para uma área externa, de uso privado, obrigatório e cobrado, implica em transtornos como o aumento do custo do frete, redução do número de viagens por dia, aumento do tempo em trânsito, aumento do consumo de combustível, piora na relação porto-cidade e o custo adicional pelo serviço.
Além disso, o “passeio logístico” antes de adentrar ao porto poderia trazer problemas para a dinâmica urbana, que hoje tem o trânsito bem resolvido, com a Via Expressa concentrando a movimentação de cargas.
Uma das justificativas apresentadas pela Autoridade Portuária para a apresentação do projeto é que o espaço também forneceria conforto para os motoristas, com facilidades como restaurante/lanchonete, borracharia, área de descanso etc. O problema é que 80% das cargas são de origens ou destinos localizados em até 60 quilômetros do porto, com deslocamentos curtos que giram em uma média de 2h. Ou seja, a turma só irá utilizar, haja uma obrigatoriedade mesmo, porque sentido não faz.
Reservadamente há uma grande movimentação para o questionamento jurídico dessa solução que parece um problemão.