Na Rússia, iranianas fazem o que não podem em seu país: torcer

Mulheres são proibidas de ir a estádios no Irã desde 1979

A Copa do Mundo é sempre uma vitrine mundial para que as mulheres iranianas lutem por algo tão natural quanto torcer. Em seu país, elas são proibidas por uma lei federal de comparecer a eventos esportivos masculinos, como os jogos de futebol.

Essa lei completará 40 anos no ano que vem, mas segue em vigor no Irã, apesar dos protestos das iranianas e dos questionamentos das autoridades internacionais, como a própria Fifa.

Em maio último, Gianni Infantino, presidente da entidade máxima do futebol, visitou o Irã e disse ter obtido garantias do governo de que a lei sairia de cena em breve. Até agora, nada aconteceu. 'Apoiem as mulheres iranianas a irem aos estádios', diz o cartaz em inglês (Foto: Giuseppe Cacace / AFP) A lei foi imposta na Revolução Iraniana de 1979, quando um governo monárquico sob influência ocidental foi trocado por um teocrático, regido sob forte influência da religião muçulmana.

Por isso, os jogos do Irã em território internacional, como os da Copa do Mundo, têm tido presença maciça de mulheres. Neles, as iranianas podem protestar e pedir por mais liberdade. E neste caso, ir a um estádio seria só o início.

Sem o hijab Por exemplo: também desde 1979 as iranianas são proibidas de sair em público sem o hijab, ou véu muçulmano. Nos jogos da Copa do Mundo, elas podem se vestir como bem entenderem.

Um estudo divulgado em fevereiro pelo próprio governo iraniano mostrou que 49% da população feminina acredita que o uso do hijab deveria ser uma escolha individual.

Ainda de acordo com o estudo, tem crescido no país nos últimos anos o número de mulheres que saem nas ruas sem o véu como forma de protesto - apesar de algumas delas acabarem detidas por violarem a lei.

Confira a galeria com as iranianas na Copa da Rússia:

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