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Na Bahia, Bolsonaro volta a ameaçar jogo 'fora das 4 linhas da Constituição'

Presidente participou de cerimônia de entrega de trecho da Fiol à Bamin

  • D
  • Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2021 às 11:11

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro destacou a importância das obras de infraestrutura na Bahia durante uma solenidade que formalizou o contrato em que o trecho de 537 km entre Ilhéus e Caetité da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol I) foi repassado à responsabilidade da Bahia Mineração (Bamin). "É muito bom voltar à Bahia e cada vez mais vê-la verde e amarela", disse o presidente como saudação. "Formamos uma grande equipe. Não tem peixada no meu ministério. Tem pessoas competentes", disse. "Dei para eles total liberdade e acredito na responsabilidade de cada um deles. Dessa maneira, a iniciativa privada, que é aquela que realmente leva o Brasil pra frente, veio atrás de nós".

A cerimônia aconteceu em Tanhaçu e contou com a presença de autoridades como o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, o ministro do Turismo Gilson Machado, o CEO da Bamin  Eduardo Ledsham além de convidados como o pastor Silas Malafaia.  

O ministro Tarcísio Gomes disse que a obra da Fiol representa "esperança" e destacou a espera pela continuidade do trabalho na ferrovia.  "Estamos assinando hoje o contrato da Fiol. Isso aqui agora é uma realidade, não é mais um sonho. Ninguém mais tem dúvida se vai ficar inacabado, ser um monumento ao descaso. Não!", celebrou o ministro Tarcísio Gomes. "Esse grupo resolveu vir para cá. Isso significa confiança de que estamos indo na direção certa e que se espera de nós. Esse contrato representa esperança", disse ele ainda. "A infraestrutura vai chegar à Bahia, o governo está interiorizando essa estrutura, porque o baiano merece tanto quanto o sulista".

No evento, Bolsonaro aproveitou para divulgar mais uma vez o ato a seu favor e anti-STF marcado para o feriado de 7 de setembro e voltou a falar da possibilidade de sair das "quatro linhas da Constituição".  Segundo o presidente, o ato não será para "idolatrar um político", mas sim mostrar a "grandiosidade" do Brasil e do brasileiro. "Não precisamos sair das quatro linhas da Constituição, ali temos tudo que precisamos. Mas se alguém quiser jogar fora dessas quatro linhas, vamos mostrar que podemos fazer também. Fazer valer a vontade e força do seu povo".

Os presentes responderam com gritos de "a nossa bandeira jamais será vermelha". Quando Bolsonaro falou sobre o 7 de setembro, os gritos foram de "eu autorizo". 

"Ultimato" O presidente seguiu falando sobre o protesto. "Após o 7 de setembro, o que ficará para todos, com essa demonstração gigante de patriotismo visto em todos os quatro cantos do Brasil, duvido que aqueles um ou dois que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitar o povo brasileiro, saberá voltar para o seu lugar. Quem dá esse ultimato não sou eu, é o povo", disse.

Bolsonaro lembrou que indicou dois ministros ao STF - um deles, André Mendonça, ainda não teve a indicação avaliada pelo Senado - e lembrou que em 2023 haverá duas novas vagas na Corte. "Para tudo nessa vida é bom renovação. O Supremo começa a ser renovado também", disse.

Ele seguiu afirmando que suas críticas não são ao Poder Judiciário, mas sim a "duas pessoas" - ele não citou, mas parece se referir aos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso. "Nós não criticamos instituições ou poderes. Somos pontuais. Não podemos admitir que uma ou duas pessoas, usando do poder, queiram dar outro rumo ao país. Essas pessoas têm que entender o seu lugar. E o recado de vocês nas ruas será o ultimato para essas duas pessoas. Curvem-se à Constituição e respeitem a nossa liberdade, entendam que vocês dois estão no caminho errado", disse.

Bolsonaro acusa Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ter articulado, dentro do Supremo e da Câmara, a derrota da PEC do voto impresso, uma bandeira bolsonarista. Já Moraes foi responsável por incluir o presidente como investigado no inquérito das fake news.

Ao final do discurso, que incluiu ainda críticas aos governadores por conta de medidas sanitárias na pandemia, o presidente saiu sob gritos de "mito, mito" e posou para fotos usando um chapéu de vaqueiro. 

Bolsonaro chegou em Vitória da Conquista às 8h35. Ele viajou acompanhado pelos ministros e também pelo pastor Silas Malafaia, que postou uma foto do momento nas redes sociais. Sem máscara, o presidente foi recebido por um grupo de apoiadores e depois seguiu em um helicóptero das Forças Armadas para Tanhaçu.

Malafaia também falou no evento e recebeu um cumprimento de Bolsonaro no discurso. "Meu irmão... O estado é laico, mas o presidente é cristão. Assim como você, acredita em Deus, defende a família e deve fidelidade ao seu povo. Vocês são a minha base. Dão o Norte, apontam para onde devemos ir", afirmou.

A obra No total, serão investidos R$ 3,3 bilhões na ferrovia, de acordo com o Ministério da Infraestrutura (Minfra). A expectativa da pasta é de que o trecho concedido a iniciativa privada entre em operação em 2025, com a capacidade de transportar mais de 18 milhões de toneladas de carga.  

Em um primeiro momento, 16 locomotivas e 1,4 mil vagões estarão em operação, dos quais, pelo menos, 1,1 mil serão destinados ao escoamento de minério de ferro. Em 10 anos, ainda de acordo com o Minfra, o volume de carga deve mais do que dobrar, superando 50 milhões de toneladas em 2035 – e chegar a 34 locomotivas e 2,6 mil vagões.  

No entanto, o governo federal ainda não divulgou uma previsão para a construção dos outros trechos da Fiol, que vão ligar Caetité até o Tocantins, atravessando o oeste da Bahia.  

Já a Bamin diz que a capacidade total da via é para 60 milhões de toneladas por ano e que ela utilizará até 18 milhões de toneladas anuais. “As cargas da mineradora irão demandar apenas um terço da capacidade da via. Outros dois terços serão dedicados a outros produtos provenientes do agronegócio”, disseram.