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Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2021 às 11:29
- Atualizado há 2 anos
A transexual Lorena Muniz, 25 anos, pode ter morrido por conta da inalação de fumaça tóxica durante o incêndio na Clínica Saúde Aqui. Ela estava sedada para uma cirurgia em que colocaria prótese de silicone nos seios. O caso foi no último dia 17, em São Paulo. Lorena teve morte cerebral no domingo (21).>
As informações estão no prontuário médico de Lorena no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), para onde ela foi socorrida, divulgado pelo G1 SP. >
Com a intoxicação, Lorena ficou sem oxigenação no cérebro, sofrendo uma parada cardiorrespiratória por 17 minutos. Ela também sofreu queimaduras no nariz e na orelha. >
A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo do Instituto Mèdico Legal (IML) para incluir a causa oficial da morte no inquérito. O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.>
"Paciente sedada em mesa cirúrgica para procedimento, inalou fumaça, teve parada cardiorrespiratória de 17 minutos no total", diz trecho do do laudo médico. “Causa (s) possível do óbito: Intoxicação por monóxido de carbono e cianeto, encefalopatia anóxia secundário por parada cardiorrespiratória”.>
O documento afirma ainda que Lorena sofreu queimaduras no nariz e na orelha direita e que teve a morte encefálica constatada no dia 21. >
Investigação A investigação policial vai apontar se a clínica cometeu omissão de socorro. Familiares dizem que os funcionários foram negligentes ao abandonar a paciente quando o fogo começou. Um curto circuito teria dado origem ao incêndio.>
“Como Lorena estava sedada, foi difícil tirá-la de lá durante o incêndio. Há relatos de que outros pacientes e funcionários dentro da clínica se assustaram e saíram correndo quando teve o estouro”, diz o delegado Marco Aurélio Batista, do 1º Distrito Policial.>
A polícia também investiga se a clínica poderia fazer as operações de implante no local. Lorena pagou R$ 4 mil pelo procedimento, segundo o marido. Ela saiu de Pernambuco, onde morava, somente para fazer a cirurgia. >
A clínica não tem aval dos Bombeiros para funcionar. A corporação não tem registro do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que é exigido para garantir que o imóvel tem equipamentos adequados para o combate a incêndios. >