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Da Redação
Publicado em 1 de maio de 2018 às 13:32
- Atualizado há 2 anos
O percussionista Jorge Honça morreu nesta terça-feira (1º). A informação é da cantora e compositora Patrícia Hita. "Ele estava internado a pouco mais de uma semana por conta de um derrame. Encontrava sempre com ele aqui na rua, passeando com sua poodle troncha e velhinha, os dois capengantes e companheiros. Honça sabia tudo de bateria", publicou em sua página no Facebook. Ainda não há informações sobre o sepultamento dele. Honça marcou a cena local e compôs diversas canções do Ilê Aiyê. Também foi professor de percussão da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Diversas vezes, ele falou que acreditava que o Big Bang foi o grande boom da percussão do mundo: "A percussão é a rítmica do universo", dizia.
Nas redes sociais, amigos do músico lamentaram a morte de Honça. "Ele era único. Louco, lúcido, engraçado, amigo. Um homem sensível do signo de caranguejo, que usava a loucura como espinho para proteger sua excessiva sensibilidade ao contatar o mundo e as pessoas. Um daqueles 'jurássicos' remanescentes da era hippe, ainda pronto para topar qualquer parada. Uma personalidade que metralhava alegria e não tinha compromisso de agradas ninguém. (...) Todos sabemos o quanto amávamos o percussionista da OSBA, e como homenagem sofrida - por sabermos que foi ele próprio quem consumiu o seu fogo existencial antes do que seria a hora", escreveu o jornalista Valber Carvalho em seu Facebook.
O baixista Cadinho Almeida homenageou Honça, a quem chamou de mestre, e o definiu como um 'coroa' inteligente e divertido: "Muito mais rocker que muitos rockers, mais boêmio que muitos sambistas, mais carnavalesco que qualquer bloquinho. Um mestre que se vai. Sempre me trazia uma palavra carinhosa, um incentivo. Só nos resta somar a esse tom de tristeza do dia de hoje muita música e agradecimento". Cadinho (de vermelho) e Honça, ao seu lado (Foto: Reprodução/Facebook) O músico Ataualba Meirelles chegou a tocar com o percussionista e disse que Honça era uma "simpatia total" - topava qualquer parada e tocava de tudo. A personalidade forte era uma das características que mais chamava atenção nele. "Ele me disse que não era cachorro pra gostar de osso, era onça! Certa feita estávamos na Ilha de Itaparica, prontos para tocar numa festança em uma propriedade particular, com a Orquestra do Maestro Vivaldo Conceição. Uma super orquestra, com músicos já muito tarimbados. Sou baixista e Onça, percussionista. No início, a orquestra se arrumou ao ar livre, mas como estava anunciando chuva, resolvemos nos ajeitar num grande salão coberto. A festa iniciou muito bem e lá pelo meio do rala-cinto, notei que Jorge Onça (que até então tocava ao meu lado), não estava mais ali. Olhei todo o palco, seus instrumentos continuavam lá, mas não achei o cara. Então, quando já havia desistido de procurar, vejo o danado no meio do salão, dançando todo coladinho com uma mulher gordinha", contou o músico Meirelles em seu blog.