Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2020 às 05:13
- Atualizado há 2 anos
Depois de muitas especulações, recusas e apelos, o Ministério da Saúde anunciou ontem que vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina em fase de testes em São Paulo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã. E que a medicação será incluída no Plano Nacional de Imunização (PNI). A previsão é que a vacina esteja disponível no primeiro semestre de 2021.>
A CoronaVac não está sendo testada na Bahia. Segundo o Instituto Butantã, é o imunizante contra o novo coronavírus em desenvolvimento no mundo com o menor índice de efeitos colaterais. Os dados de segurança foram apresentados nesta semana, levando em consideração o acompanhamento de 9 mil voluntários brasileiros já vacinados no País. Os resultados de eficácia, porém, inicialmente prometidos para outubro, só devem sair no fim do ano. A expectativa do governo paulista é que a vacinação comece em janeiro.>
Duas vacinas contra a covid-19 são testadas na Bahia. A da farmacêutica Pfizer já ampliou por duas vezes o numero de voluntários. Começou com 500 e está em 1 mil. A meta é chegar a 1750 até o final deste mês. Nesta nova ampliação foram incluídos jovens de 16 anos e pacientes om HIV e hepatites B e C. Nas etapas anteriores, o público testado era de 18 a 85 anos. A vacina está na terceira etapa – chamada teste em larga escala. Num quarto estágio, os resultados dos testes em larga escala seguem para os órgãos regulatórios e só então pode ser produzida. As Informações são do Centro de Pesquisa Clínica das Obras Sociais Irmã Dulce, responsável pela pesquisa da vacina na Bahia. >
Os estudos da segunda vacina testada no estado - a da AstraZeneca/Oxford - estão sendo conduzidos pelo Instituto D’Or (IDOR) no Hospital São Rafael e contabiliza, até ontem, 1854 voluntários vacinados, sendo que 1010 já receberam a segunda dose. A expectativa dos pesquisadores é aplicar a medicação em um total de 2500 voluntários na Bahia até o final de novembro. O Ministério da Saúde prevê que essa imunização comece a ser produzida pela Fiocruz a partir de abril de 2021.>
O Governo da Bahia também anunciou a intensão de testar aqui a vacina desenvolvida na Rússia (Sputinik V). Ontem, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) não respondeu aos questionamentos sobre as tratativas para a realização desta pesquisa. Uma quarta vacina, da farmacêutica Janssen, teve os testes suspensos em todo o mundo dia depois do anúncio de que seria testada em baianos em estudo conduzido por cientistas ligados ao Hospital Universitário Edgard Santos. >
Investimento Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello assinou um protocolo de intenções para a aquisição da CoronaVac após reunião virtual com governadores. Segundo informações do Ministério da Saúde, esta ação vai ampliar a oferta de vacinação para os brasileiros. Anteriormente, a pasta já tinha um acordo com a AstraZeneca/Oxford, que previa 100 milhões de doses da vacina, e outro com a iniciativa Covax, da Organização Mundial da Saúde para mais 40 milhões de doses.>
Somadas, as três vacinas – AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac - representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021 pelo PNI. “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, garantiu Pazuello.>
Para o protocolo de intenções de compra de doses da CoronaVac, uma nova medida provisória será editada para disponibilizar crédito orçamentário de R$ 1,9 bilhão. O Ministério da Saúde já havia anunciado, também, o investimento de R$ 80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan – o que auxiliará na produção da vacina. Além destas doses iniciais, a partir de abril, a Fiocruz deve começar a produção própria da vacina de Oxford e disponibilizar ao país até 165 milhões de doses durante o segundo semestre de 2021. O acordo do Instituto Butantan com a Sinovac também prevê a transferência de tecnologia e, com isso, o Butantan deve passar a produzir 100 milhões de doses por ano com sua nova fábrica.>
A expectativa do Ministério da Saúde é que a vacinação comece em janeiro, a depender da liberação da Anvisa. Mas alerta que isso vai depender dos resultados da Fase 3 das vacinas, que testa eficácia, e de liberação da Anvisa.>
Divergência agora é se vacinação será obrigatória>
A decisão do Ministério da Saúde de comprar a CoronaVac - vacina que será produzida pelo Instituto Butantã em parceria com empresa chinesa - encerra especulações que indicavam que poderia haver uma resistência do governo federal em adquirir as doses do medicamento por causa de divergências políticas entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador paulista João Doria (PSDB). >
Ao longo das últimas semanas, governadores e secretários de saúde de estados e municípios fizeram vários apelos para que o governo federal comprasse doses da CoronaVac, que, entre todas as testadas no Brasil, é a que está mais adiantada para poder ser disponibilizada à população em geral. >
O que parece estar longe de um fim é se a vacinação contra a covid-19 será obrigatória ou não no Brasil. >
Doria defende a obrigatoriedade. Bolsonaro tem insistido que não. Ontem, o Ministério da Saúde reafirmou que a vacinação não será obrigatória para os brasileiros.>
"Já garanti que aqui os 45 milhões de brasileiros de São Paulo serão vacinados e a vacinação será obrigatória, exceto se o cidadão tiver uma orientação médica e um atestado médico que não pode tomar a vacina. E adotaremos as medidas legais se houver alguma contrariedade nesse sentido", disse Doria na última sexta (16/10). >
"[A vacina] Não será obrigatória. Quem está propagando isso aí, com toda certeza, é uma pessoa que pode estar pensando em tudo, menos na saúde. Essa pessoa está levando terror perante a opinião pública. Metade da população diz que não quer tomar essa vacina, esse é um direito das pessoas. O governo federal não obrigará ninguém", rebateu presidente na segunda (19/10), sem citar o nome do governador.>
Ontem, a deputada Carla Zambelli e o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, ambos do PSL-SP e da base do governo na Câmara, protocolaram um projeto de lei que torna crime um funcionário público de qualquer âmbito do Executivo obrigar a alguém a ser vacinado. A proposta é para que a conduta seja penalizada com reclusão de um a cinco anos, "se o fato não constitui crime mais grave". A iniciativa vem dias após Zambelli afirmar que contraiu covid-19. >