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Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2020 às 09:23
- Atualizado há 2 anos
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), precisou montar um plano de guerra para garantir a compra de 107 respiradores e 200 mil máscaras. Para evitar que os produtos fossem confiscados por outros países e até pelo governo do Brasil, Dino fez com que a encomenda passasse pela Etiópia e encarasse a alfândega brasileira apenas no Maranhão.>
Segundo a Folha de S. Paulo, a logística envolveu 30 pessoas e o produto demorou cerca de 20 dias para chegar. A estratégia contou com ajuda de uma importadora maranhense e foi baseada em fazer uma negociação direta com o fornecedor, sem chamar a atenção dos demais interessados no produto.>
Com a compra feita, a rota foi traçada para passar pela Etiópia, evitando Europa e Estados Unidos, que costumam reter os respiradores. Após chegar ao país africano, os produtos foram colocados em um navio cargueiro, custeado pela Vale, que ia para São Paulo. >
Já em solo brasileiro, para escapar do governo federal, a carga foi colocada imediatamente em um avião e partiu para o Maranhão, por onde passou pela alfândega.>
A estratégia precisou ser adotada após o estado ter sido atravessado diversas vezes. Primeiro pelos Estados Unidos, que reteve o pedido enquanto a carga fazia escala no país (algo similar aconteceu com uma encomenda feita pela Bahia). Depois foi a vez da Alemanha fazer o mesmo e até o governo brasileiro, que reteve uma remessa de respiradores e os distribuiu como bem quis.>
“Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores. Assim que os equipamentos chegaram já os conectamos para ampliar a nossa oferta de leitos de UTI”, disse, à Folha, o secretário de Saúde do Maranhão, Simplício Araújo. A operação custou 6 milhões de dólares.>