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Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2021 às 07:34
- Atualizado há 2 anos
O clima não é de festa, mas quem passar pelo Centro Histórico nessa quinta-feira (27) vai ouvir o rufar dos tambores. É que, 44 músicos pertencentes aos grupos percussivos do Pelourinho “Swing do Pelô”, do maestro Ivan Santana, “Tambores e Cores”, do maestro Pacote do Pelô, “Movimento Percussivo”, do maestro Gilmario Marques e “Meninos da Rocinha”, da maestrina Elem Silva, se reunirão, às 11h30, para realizar um ato de amor pela vida, em respeito aos que perderam a vida para a covid-19.
O ato de amor pela vida é resultado do encontro entre os grupos percussivos promovido através do projeto República dos Tambores, que realiza no próximo sábado (29), às 16h, no canal do youtube “República dos Tambores”, uma live com músicos dos quatro grupos e a participação do cantor e compositor Tonho Matéria. O ato quer lembrar também que é preciso alegria para seguir em frente e que o Centro Histórico de Salvador e seus moradores precisam da solidariedade de toda a cidade.
Os grupos de tambores que cruzam as ruas do Pelourinho são uma das marcas mais fortes do lugar. Emprestam som, vibração, alegria e dão aos visitantes aquela sensação de viver uma Bahia que de fato pulsa nas subidas e descidas das ladeiras do Pelô. Muitas pessoas não sabem que por trás de cada tambor que toca tem um trabalho quase que solitário de resgate e de geração de oportunidades para dezenas de jovens que vivem em risco social. Cada maestro e maestrina contribui do jeito que pode para transformar essa realidade e muda para melhor o destino de centenas de jovens. Os tambores são uma cultura identitária do Pelourinho e da própria cidade de Salvador e apesar desses tambores estarem mudos neste momento, o Centro Histórico está vivo e precisa de mais atenção das autoridades e mais carinho por parte do soteropolitano que precisa ir visitar mais.
O projeto República dos Tambores colocou no ar a vídeo-série digital “O Tambor Me Move” (#otambormemove), exibida no canal YouTube/republicadostambores. A série conta a história dos maestros da percussão: Pacote, do Tambores e Cores, Gilmario Marques, do Movimento Percussivo, Ivan Santana, da Swing do Pelô e da maestrina Elem Silva, dos Meninos da Rocinha.
Impedidos de fazer sua arte/ofício durante a pandemia, estes quatro grupos percussivos do Pelourinho usufruíram durante o verão dos benefícios implementados pelo projeto República dos Tambores, que promoveu ações de intercâmbio e aperfeiçoamento, dando também uma verba para manutenção financeira destes grupos por dois meses – beneficiando 84 artistas –, num período do ano onde eles estariam trabalhando intensamente, desfilando pelo Centro Histórico, no que deveria ser a alta estação turística de Salvador.
O projeto realizou workshops, disponibilizados de forma presencial e virtual. O primeiro sobre a importância do patrimônio do Centro Histórico, no Museu Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho, pela museóloga Eliene Bina; dois destes workshops foram de Percussão, com Gilberto Santiago e Gustavo Di Dalva e um workshop de Conscientização Corporal e Movimento com Sônia Gonçalves.
O República dos Tambores foi contemplado pelo Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.