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Osmar Marrom Martins
Publicado em 27 de maio de 2022 às 06:00
Em meio a uma semana agitada, totalmente voltada para a comemoração dos seu 50 anos, que se completam hoje, Ivete Sangalo gentilmente encontrou um tempo na agenda concorrida para falar com o CORREIO. A estrela está às voltas com o show que acontece nesta sexta (27) e promete parar sua cidade natal, Juazeiro, e que terá transmissão para todo o Brasil pela TV Globo e pelo Multishow.
No auge da carreira, considerada uma das maiores cantoras do Brasil e amada pelo público, Ivete Maria Dias de Sangalo Cady é pura festa. Casada com o nutricionista Daniel Cady e mãe de Marcelo - o primogênito que toca em sua banda - e das gêmeas Helena e Marina, ela está radiante. E não é para menos. Desde que a realização de shows após a pandemia foi liberada, ela não tem parado. Voa o Brasil de um lado para outro se apresentando nos mais diversos cantos, com a turnê do seu novo show Tudo Colorido.
Depois de Juazeiro, a maratona a maratona segue com show fechado para comemorar o aniversário do Shopping Salvador (1 de junho) e no dia 3, para inaugurar a mais nova casa de shows da cidade, a Armazém Convention, no Parque Shopping, em Lauro de Freitas.
Nessa conversa descontraída, Ivete fez um balanço de sua carreira e fala sobre seu trabalho na televisão, onde estourou com a franquia The Masked Singer Brasil, de sua relação com Juazeiro e da sintonia com o Rock in Rio. Sobre o aniversário, ela diz diz que não se preparou para a data marcante, mas diz que está certa de que a maturidade de 50 anos é confortável.
Ivete durante o ensaio na noite de quinta em Juazeiro (Foto: Manu Scarpa/Brazil News) Que balanço você faz de sua carreira ao longo desses anos?
O balanço que eu faço é o seguinte: é impressionante o quanto agora, depois de tantos anos de carreira, eu me reconheço nas minhas personalidades musicais, nas coisas que eu gosto de fazer, nas tendências que eu geralmente me encontro. Eu fiz as minhas escolhas tão a partir da minha vontade, do meu coração. Eu acreditei tanto nas coisas que eu fiz, não deixei nunca me levar por qualquer influência que não fosse a minha vontade, o meu coração, a minha intuição musical, que o balanço que eu faço é que as minhas escolhas foram fundamentais pra minha felicidade profissional. Quando eu subo no palco pra cantar as minhas escolhas, são aquelas que eu de fato quis e que me fazem muito feliz. Então, meu balanço é muito positivo, das minhas escolhas versos os desafios e os dilemas de qualquer artista.
Até que ponto completar 50 anos interfere na sua vida como mulher e mãe? É uma pergunta muito recorrente, sobre como eu me preparei pros cinquenta anos, e eu não me recordo de ter me preparado pra nenhum momento assim de 20 ou 30. Eu não me preparei pra completar cinquenta anos. Mas se tem uma coisa que eu tenho clareza, é que a maturidade de 50 anos é confortável. Eu tenho minhas inseguranças, tenho minhas dúvidas, meus medos, mas eles são infinitamente menores do que alguns anos atrás. Eu me sinto muito mais confortável hoje, mais confiante e mais segura, do que há trinta anos, por exemplo. As transformações que a idade traz, às vezes podem parecer difíceis, mas acho que elas são mais leves, por conta dessa maturidade. Então as transformações são inevitáveis, né? Na vida de qualquer pessoa. E elas só existem porque a gente está na lida, na vida. Só vivendo, tendo a experiência da vida pra sentir os sabores das transformações. Eu acho isso completamente bem-vindo.
O que a levou a escolher Juazeiro para comemorar seu aniversário. E o que seus conterrâneos podem esperar desse show que já é considerado histórico?
Juazeiro é uma fonte inesgotável para eu recobrar as minhas as minhas origens. Eu habitualmente falo que minha memória de uma vida, minha memória afetiva mais forte, é essa primeira infância e aconteceu tudo em Juazeiro. A minha relação intensa com a minha família, meus irmãos, o meu lugar, o lugar onde eu nasci, a relação com o Rio São Francisco, a relação com a minha cidade, as memórias que me construíram, muito do que eu sou vem dessas memórias. Fechar um ciclo e começar outro, eu acho que Juazeiro é o lugar que predomina na minha cabeça, como uma maneira de eu ter os reencontros comigo mesma. Então, foi a primeiro lugar que eu imaginei que eu pudesse ir e vivenciar essa experiência de estar na minha data de aniversário naquele lugar que me alimenta emocionalmente, em várias frentes. E vai ser um show lindo e de muita emoção, é um show que eu estou levando pra estrada, o Tudo Colorido, que é como eu me sinto, dentro da minha vida, então eu quero levar o meu melhor sempre, como levo a todos os cantos, e a Juazeiro, esse lugar especial.
Além de cantar e atuar você vem se destacando como apresentadora. Num futuro próximo, teríamos uma Ivete mais nas telas da TV do que no palco?
A televisão me chama, né? Eu tenho uma atração fortíssima pela televisão, não só do ponto de vista como cantora, pois eu me apresento e a televisão fomenta muito a minha carreira, mas também como atriz, que é uma delícia, que eu tenho verdadeira paixão por atuar e obviamente apresentar programas e estar à frente. Tudo que move a comunicação me atrai muito. Então não descarto nenhum projeto e eu já estou na televisão, estou à frente do The Masked Singer como apresentadora e não vou parar por aí. É um prazer enorme e só estou começando.
Depois do show de Juazeiro, você vai encarar outra edição do Rock in Rio em Lisboa. Em setembro, tem o Rock in Rio no Brasil. Como é sua relação com esse evento?
Esse evento tem uma relação comigo familiar. É um canto que eu me sinto dentro de casa, me sinto junto a uma família. Como falei, ele faz parte dessa construção, desses meus cinquenta anos de idade e quase trinta de carreira. O Rock in Rio é uma parte fundamental na construção desse sonho. Não só eu como espectadora, mas também como cantora. Então o Rock in Rio é uma parte importantíssima. Como é que eu me sinto com o Rock in Rio? Eu me sinto assim todas as vezes que eu vou fazer alguma coisa relacionada com essa marca e com essa ideia, minha entrega é total e cheia de muita alegria, de muita emoção.
A classe artística foi uma das mais atingidas pela crise causada pela covid-19. Como você enfrentou esse período difícil?
O covid veio pra nos desestruturar, em todos os aspectos. Profissionalmente, emocionalmente, a falta de perspectiva, a gente ainda está meio que entendendo qual o propósito disso na vida da gente, mas sem dúvida foi um momento muito complicado e muito difícil. Eu tentei me equilibrar fazendo trabalhos dentro de casa, fomentando lives, fomentando outras frentes profissionais que eu tenho, me fortalecendo junto às marcas que trabalho, que foram muito parceiras nesse momento, não só para me dar uma assistência como artista, mas também para assistir a outros grupos do ambiente artístico. E isso foi fundamental, exercitamos muita coisa importante nesse período, mas foi um período muito turbulento, especialmente pra área do entretenimento.
Dois anos depois, o Carnaval de Salvador estará voltando em 2023. O que Ivete espera encontrar na avenida?
Com relação ao Carnaval, existe uma euforia contida, porque a festa não aconteceu no ano passado nem esse ano. O que eu espero do Carnaval 2023? Eu acho que vai ser o Carnaval mais incrível de todos os tempos. Eu acho que vai ser o Carnaval onde a gente vai desaguar ali todas as emoções. O Carnaval de Salvador é muito tradicional pra nós todos. Ele tem uma simbologia também, tipo um reorganizou, estamos de volta, estamos nos trilhos de novo. Porque se o Carnaval de Salvador vai acontecer é porque está tudo organizado.
Palco montado na orla de Juazeiro tem 40 metros de largura e 14 de altura (Foto: Manu Scarpa/Brazil News) Show será transmitido após Pantanal
Com apresentação do ator Érico Brás, o show Tudo Colorido será transmitido pela TV Globo para todo o Brasil, hoje, depois da novela Pantanal, e também pelo Multishow. O evento está movimentando a cidade de Juazeiro, e outras próximas, como a pernambucana Petrolina.
Moradores da cidade que conversaram com o CORREIO informaram que não há mais vagas nos hotéis, o comércio está aquecido e fãs de todo o Brasil estão se deslocando para lá. O palco foi montado pelo mago da arquitetura, Giussepe Mazoni, responsável por eventos como o Festival de Verão.
O palco tem 40 metros de largura e 14 de altura, com um painel de led com 215 metros. Para que tudo saia nos conformes, foram recrutados 400 profissionais, sendo 150 são da Rede Globo, que se deslocaram do Rio de Janeiro e São Paulo para a captação de som e imagens que serão transmitidos para todo o Brasil.
Com essa festa grandiosa, Ivete mais uma vez prova porque está no topo. Desde que despontou para o Brasil no comando da Banda Eva, e depois já em carreira-solo, ela se apresentou nas edições do Rock in Rio Lisboa, Brasil, Madrid e até Las Vegas. Também fez o Brazilian Day e gravou um disco no Madison Square Garden ambos em New York.
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