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Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2020 às 13:07
- Atualizado há 2 anos
O presidente Jair Bolsonaro tem se mostrado impaciente com os apoiadores que vão até o "cercadinho" na frente do Palácio da Alvorada para fazer pedidos. Nesta segunda-feira (15), de acordo com o Metrópoles, Bolsonaro chegou a ameaçar acabar com a aglomeração de apoiadores que se forma para realizar pedidos pessoais.>
“Olha, eu vou acabar não parando mais aqui. Me desculpem”, disse o presidente a um apoiador que demandava por ações do Ministério da Saúde.>
“Eu não posso ser um agenciador de agenda. Eu não sou funcionário para achar agenda para todo mundo”, repetiu Bolsonaro diante das pessoas que buscavam soluções para problemas em suas cidades.>
Há duas semanas, arte da imprensa abandonou a cobertura nos portões do Alvorada após os profissionais sofrerem ataques de apoiadores. Desde então o presidente passou a convidar as pessoas para o encontro matinal na parte de dentro do jardim da residência oficial.>
Longe dos microfones de jornalistas, o clima tem ficado tenso e o presidente não tem disfarçado a irritação diante de pedidos pessoais e, com frequência, apressa as pessoas para que sejam breves em seus comentários.>
“O mais rápido possível, tenho uma agenda cheia”, disse o presidente a uma apoiadora que pedia sua atenção para obras do governo federal em Riacho Fundo, região administrativa de Brasília.>
“Minha senhora, se eu for tratar assunto individualmente do Brasil todo eu vou ser prefeito e não presidente da República”, retrucou o presidente enquanto ela falava.>
“Tem que tratar com ele (Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional). Olha, são milhares de projetos do Marinho. Se eu chegar aqui e pedir um projeto, eu vou ter três quatro agendas de pedidos para o Marinho e não está certo agir dessa maneira. Por favor, a senhora o procure”, disse o presidente diante da concordância da mulher. “Eu entendo, eu entendo”, repetia ela, enquanto Bolsonaro se esquivava para ouvir outra pessoa.>
Irritação O presidente ainda se irritou com uma apoiadora de Roraima que disse que o estado estava precisando de ajuda do governo federal. “Já ajudamos com dinheiro, mandamos recursos para todos os estados e Roraima foi também. Agora, não sei o porquê, estão transferindo o pessoal doente de Boa Vista para Manaus”, retrucou.>
Outra apoiadora reclamou que veio de São Paulo para ver o presidente e no domingo foi “impedida de tudo”. “Até a igreja estava fechada”, disse a mulher, que passou a repetir ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF). “É um absurdo a gente como brasileira ter que passar por isso. Essa pouca vergonha do STF. É inconstitucional proibir a gente de hastear um bandeira”, disse.>
“Foram 30 anos de destruição deste país. Alguém quer que eu resolva em um ano?”, respondeu o presidente.>
Outro apoiador pediu uma agenda para entregar um estudo sobre uma reserva extrativista. “Pode entregar para qualquer um aqui, chefe. Tem que passar em revista o material, porque eu não sei, tem um pó, tem alguma coisa lá dentro. Então eu não posso receber nada de ninguém”, disse o presidente, referindo-se a risco de envenenamento.>