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Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2021 às 20:54
- Atualizado há 2 anos
Internado no Hospital Aliança, em Salvador, desde maio, o poeta e compositor José Carlos Capinan, 80 anos, tem sido obrigado a lutar na Justiça para ter o seu direito à cobertura do plano de saúde, que paga desde 1995, garantida.
Um dos nomes mais proeminentes da Tropicália, o compositor de clássicos como ‘Ponteio’ (em parceria com Edu Lobo), ‘Soy loco por ti America’ e ‘Viramundo’ (com Gilberto Gil) venceu uma das batalhas para receber a hemodiálise nesta terça-feira (14). A juíza Daniela Guimarães Andrade Gonzaga concedeu liminar determinando um prazo de 24 horas para que o Bradesco Saúde cumpra a determinação e realize os procedimentos – ele precisa fazer três sessões por semana.
Outra determinação, despachada na semana passada, não foi cumprida pelo plano. Desta vez, se continuar negando a liberação, haverá bloqueio cautelar das contas da instituição no valor de R$ 1 milhão. “Capinan não sobrevive sem a hemodiálise porque tem insuficiência renal. Como é que o plano que ele paga desde 1995 não quer autorizar?”, questionou a artista visual Bete Capinan, ex-mulher do tropicalista que acompanha o caso de perto.
Para ir para o home care – procedimento já liberado –, Capinan precisa que o plano autorize a hemodiálise.
Especializada em casos de saúde, a advogada Manuela Serejo contou que tem sido complicado lidar com a situação, já que outras determinações não estão sendo cumpridas. “Para Capinan, o Bradesco Saúde está sendo um problema constante, pois agora, quando atingiu a terceira idade e mais necessita do plano, já tivemos que ajuizar quatro ações judiciais para que ele tenha os seus direitos à saúde e, principalmente, à vida preservados”, destacou a profissional, que atua no escritório Serejo Borges Advogados.
Ela comemorou a decisão mais recente da juíza Daniela Guimarães Andrade Gonzaga, que prevê o bloqueio milionário nas contas do plano. “Precisa doer no bolso para que eles cumpram. Agora temos que aguardar”, declarou a advogada.
Ao CORREIO, o Bradesco Saúde afirmou que "não comenta casos que são levados à apreciação do poder judiciário”.