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Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2022 às 11:42
- Atualizado há 2 anos
Na mira da PF Uma bomba está prestes a explodir nos próximos dias. Imagens de vídeo comprovam a execução do policial militar que colaborava com a segurança do candidato a governador ACM Neto (União Brasil) em uma ação desastrosa da Polícia Militar em Itajuípe, no Sul da Bahia. Quem viu o material, captado por câmeras de segurança na pousada onde estavam os profissionais, disse que as imagens são conclusivas e que se trata mesmo de uma execução e não uma troca de tiros, conforme declarou o governador Rui Costa (PT) na época. A ação resultou na morte do subtenente Alves e deixou ferido o sargento D'Almeida, que sobreviveu e relatou que os disparos ocorreram enquanto eles dormiam no quarto. A Polícia Federal e o Ministério Público já estão dentro do caso, que vai se avolumar nos próximos dias.
ASSISTA: Vídeo mostra que policial que colaborava com segurança de ACM Neto foi executado pela PM quando já estava rendido Obstrução da Justiça A Justiça determinou a apreensão dos celulares de todos os envolvidos na operação que resultou na morte do subtenente. Entretanto, o governo tem evitado cumprir a determinação e empurra com a barriga a entrega dos aparelhos. Pessoas que acompanham o caso dizem que o objetivo é postergar a entrega dos celulares para depois das eleições. Conversas em grupos de WhatsApp divulgadas à época revelaram que a segurança de ACM Neto estava sendo monitorada pelo governo e os profissionais que colaboravam na equipe do candidato a governador foram colocados no sistema de acompanhamento como traficantes para justificar a vigilância. Consequência da falta No meio político, caciques são unânimes ao afirmar que a ausência de Jerônimo em todos os debates do segundo turno, em especial no último na TV Bahia, pode ser decisiva para a eleição. Com uma audiência girando em torno dos 4 milhões de pessoas, o embate virou entrevista de 30 minutos com ACM Neto. Memes sobre a fuga de Jerônimo explodiram na internet. Ainda hoje, as redes sociais do candidato petista foram invadidas por críticas a ausência no debate. Foram tantos comentários, que a equipe de Jerônimo desistiu de responder aos questionamentos. Redução de danos Na base petista, o comentário é que Jerônimo faltou por acreditar que as perdas seriam menores do que se tivesse ido ao debate da TV Bahia. Embora publicamente caciques tenham defendido a presença do ex-secretário da Educação, nos bastidores eles diziam temer que Jerônimo encarasse o debate com ACM Neto por um fator essencial: a dificuldade que o petista demonstrou ao longo da campanha construir argumentos e para responder às perguntas sobre os problemas do estado. Farinha pouca... Já chegou à cúpula do PT nacional a postura da campanha de Jerônimo em relação ao ex-presidente Lula (PT). Na Bahia, o partido decidiu priorizar a eleição estadual e tem adotado um tom agressivo contra o voto "LulaNeto", o que, na avaliação de observadores da política local, pode afetar a votação do ex-presidente no estado, que é o quarto maior colégio eleitoral do país. Sem contar que o PT baiano consentiu o voto em Bolsonaro do PSC, cujo presidente, Heber Santana, faz campanha aberta para Jerônimo e pela reeleição do presidente. Ao que parece, o PT baiano está mais preocupado em se manter no poder do que com a eleição de Lula. Futuro nebuloso Entre os aliados mais próximos do governador Rui Costa, o clima é de preocupação com o futuro político do líder petista após deixar a gestão estadual, em janeiro próximo. O principal motivo para a aflição é que o caso dos respiradores, cujo resultado foi um rombo de quase R$ 50 milhões aos cofres públicos, voltou à tona e pode atingir em cheio o governador, que é alvo de um inquérito sigiloso no STJ. A imprensa nacional já vem noticiando o caso, que tem tido desdobramentos e, de acordo com fontes que acompanham as investigações, já muitos indícios que envolvem a participação de Rui no esquema. Um dos principais seria o depoimento de uma das sócias da Hempcare. Recalque Causou uma verdadeira ira na cúpula governista a declaração de apoio do cantor Oh Polêmico a ACM Neto. Autor do principal jingle de Jerônimo, o artista não só fez questão de anunciar seu apoio a Neto como lançou o "Samba da Virada", uma adaptação ao hit "Samba do Polly". Foi o bastante para deixar irritados os caciques do grupo petista, que mobilizou a militância para covardemente atacar o artista. Como bem disse um observador da política baiana: puro recalque! Valorização A ele se juntaram outros artistas que têm origem no gueto, como A Dama e O Kannalha, que também lançaram jingles para ACM Neto. A Dama, inclusive, fez questão de declarar seu voto em Neto e exaltar os feitos do ex-prefeito da capital pelo povo da favela. Rui no lombo do servidor Quem trabalha no serviço público da Bahia acordou nesta sexta-feira (28) sem muitas razões para comemorar o Dia do Servidor Público. Depois de 16 anos de governos do PT, ficaram mais questões a lamentar do que celebrar, sobretudo diante das medidas acentuadas no governo Rui Costa. Entre elas, a que mais indigna a classe trabalhadora é o esvaziamento da parcela que o governo passava para custeio do plano de saúde, o Planserv. De 2015 para cá, Rui reduziu gradativamente de 5% para 2% a contribuição sobre a base de cálculo para financiar a assistência médica do funcionalismo. Resultado: em 2021, por exemplo, a fatia dos servidores passou de R$ 1,3 milhão, enquanto o Executivo aportou pouco mais de R$ 300 mil, segundo relatório do Funserv (Fundo de Custeio do Plano de Saúde dos Servidores. Manobra, mas não resolve Outro ponto que desperta preocupação, inclusive do Tribunal de Contas do Estado, é a aposentadoria dos servidores. No último relatório, os auditores detectaram “um crescente e elevado comprometimento do orçamento público com as despesas previdenciárias”. A Corte também condenou a manobra orçamentária do governo de usar o dinheiro do Baprev (fundo previdenciário de quem ingressou no serviço público a partir de 1º de janeiro de 2008) para pagar a aposentadoria dos mais antigos, que estão alocados no Funprev (antigo regime de previdência do Estado). O TCE afirmou que a prática da gestão de Rui Costa vem “comprometendo o equilíbrio atuarial dos Fundos”. Gestão ineficaz Assim, o montante de recursos remanejados entre os fundos, no período de 2016 a 2021, foi de R$ 3,7 bilhões. Rui Costa também foi advertido de que as ações adotadas pelo Estado nos últimos anos “não vêm se mostrando suficientes para equacionar o deficit” nem tão pouco para regularizar o fluxo de recursos do Baprev “em cumprimento às obrigações previdenciárias e legais específicas de cada um dos planos previdenciários”. O improviso que se arrasta pelos governos do PT coloca em risco a aposentadoria que milhares de servidores projetam ter no futuro. Recordar é viver O ex-deputado Targino Machado andava sumido da cena política, mas decidiu voltar para aprontar mais uma das suas pérolas. Agora cabo eleitoral de Jerônimo Rodrigues, Targino tem chamado políticos para apostar na vitória do candidato petista. Mas o ex-deputado se esquece que, nas eleições de 2020 em Feira de Santana, onde apoiou o candidato derrotado Zé Neto (PT), ele convidou o ex-prefeito Zé Ronaldo para apostar R$ 1 milhão na vitória do seu aliado, que perdeu a disputa no segundo turno para Colbert Martins (MDB). A aposta não rolou, mas Targino virou piada na cidade e em toda a região. Em 2020 se livrou de perder R$ 1 milhão. Parece que não aprendeu a lição... Um dia após o outro Não custa lembrar também que o ex-deputado, hoje aliado do grupo do PT, era um dos mais críticos e agressivos nos ataques aos governos petistas. Chegava a chamar o partido de organização criminosa chefiada pelo senador Jaques Wagner e pelo governador Rui Costa, além de não poupar críticas ao ex-secretário da Segurança Pública Maurício Barbosa. Foi por tudo isso que Targino foi perseguido e acabou com o mandato cassado. Hoje, é aliado. A política tem cada uma, viu?!