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Gabriel Amorim
Publicado em 1 de abril de 2020 às 07:00
- Atualizado há 2 anos
Yayá é mãe de Nina, Nina e Yayá engravidaram ao mesmo tempo e, agora, suas crias vivem juntas. Filhos e netos, todos bebês. A história de Yayá e Nina poderia ser um ‘causo’ corriqueiro de qualquer vizinhança, não fosse o fato de que as duas são gatas, felinas, e que cada gravidez gerou cinco filhotes. Agora, os dez gatinhos, com cerca de um mês de vida, precisam achar um lar.>
Hoje, os animais superlotam a casa da pesquisadora e mestra brincante Lydia Hortélio, 86 anos, no bairro de Brotas. Não bastasse a necessidade de lidar com 12 gatos (os filhos e as mães), os felinos ainda precisam dividir o espaço com os tios e tias - filhos de Yayá de outras duas gestações anteriores. Ao todo, 17 animais tomam conta do terreno, inclusive da varanda e do jardim. >
“Eu não tenho condições de ficar com esses gatos todos. Por mais que a gente limpe, tem pelo, cheiro e a casa está inabitável. E eles também não devem estar felizes, gato precisa de espaço, gosta disso, eles já são muitos”, explica Lydia. >
Para tentar minimizar a superlotação, apenas os filhotes e as mães estão dentro de casa. Os gatos mais velhos, das primeiras gestações, estão do lado de fora da casa, que tem jardim. “Eu precisei fechar todas as portas e janelas, e acho que eles entenderam, alguns já foram até passear pela rua”, conta. >
Adoção>
A história da pesquisadora com os gatos, que precisam encontrar quem os adote, começou justamente com uma adoção. “Yayá é uma gata que a minha neta encontrou na rua, levou pra casa, cuidou e era dela até a família se mudar para São Paulo. Ia ficar com a gata até eles se ajeitarem por lá, mas acabaram adotando outros gatos em São Paulo mesmo e ela ficou comigo”, lembra ela.>
Em um ano, desde janeiro de 2019, quando a primeira gata chegou, a população de felinos foi crescendo. Yáyá teve filhos em duas ocasiões: em maio e novembro do último ano. No total, foram seis filhotes que começaram a habitar a casa de Dona Lydia. Uma delas Nina, que também teve filhos no último mês.>
Apesar de toda dor de cabeça causada pela superlotação, a pesquisadora e professora de música fala com carinho dos animais. “Quando Yayá chegou era lindo de ver. Ela era uma gata que morava num apartamento e agora tinha essa casa toda pra ela. Era como se um ser humano tivesse todo o planeta só para ele. Encantador ver ela explorando, pulando de um lado para o outro. Parecia um ballet”, recorda. >
Pedido de ajuda>
Mesmo com muito carinho pelos animais, Lydia resolveu pedir ajuda desde a chegada dos novos filhotes. “A casa já não tem mais o espaço que eles precisam. Eles acabam entrando pelas prateleiras, derrubando peças de cerâmica que eu guardo há mais de 50 anos”, relata. Depois das adoções, apenas Yayá e Nina ficarão com a pesquisadora. “Serão castradas as duas”. O pedido de ajuda para as adoções vem junto com o desejo de que os animais encontrem novos lares amorosos. “Tomara que eles encontrem crianças que realmente gostem de animais. Porque geralmente é criança que gosta, e ainda é um aprendizado, cuidar de um gato, ser responsável por uma vida”, acredita ela. >
Em tempos de quarentena, Lydia está isolada em casa com os felinos. Quem quiser adotar, pode entrar em contato com uma amiga da pesquisadora que se dispôs a ajudar e está fazendo a intermediação das adoções. Dos dez filhotes, quatro já têm famílias interessadas, mas nenhuma adoção foi de fato concluída. Para adotar, entrar em contato por mensagem de WhatsApp com Mariana Caribé: (71) 99179-4797.>
*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco >