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Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2020 às 15:56
- Atualizado há 2 anos
Alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Civil do Distrito Federal neste domingo (21), a chácara usada pelos grupos ‘300 do Brasil’, ‘Patriotas’ e ‘QG Rural’, que apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), era ponto de reuniões e, também, segundo as investigações, área de treinamentos paramilitares. As informações são do portal Uol.>
Na área, que fica na região de Arniqueira, a 22 km de Brasília, foram apreendidos fogos de artifício, planos de ação para manifestações, celulares, um facão, um cofre e outros materiais que seriam usados em protestos antidemocráticos.>
"A gente acredita que esse acampamento era utilizado pelo grupo para reuniões e treinamentos, assim como naquele acampamento, na região de Rajadinha, onde que o grupo declarava fazer treinamentos paramilitares, de inteligência e outros", disse o delegado Leonardo de Castro, coordenador da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (22).>
Castro afirmou que algumas delegacias do Distrito Federal investigavam crimes ligados a esses grupos em redes sociais. O Cecor, que investiga apenas grupos criminosos, reuniu os dados e viu indícios do que poderia ser associação criminosa ou milícia privada.>
"Os suspeitos já disseram que guardam armas e, durante a semana, declararam que na manifestação de domingo haveria uma grande surpresa para os governantes. Isso fez a polícia apressar a realização de buscas", declarou.>
O grupo teria migrado para a chácara após a desmobilização do outro quartel, identificado como Núcleo Rural Rajadinha, também no DF. >
Serviços de inteligência Eles realizavam serviços de inteligência para impedir que a polícia chegasse ao local. "Ainda não sabemos precisar há quanto tempo eles estavam no novo endereço, disse o delegado.>
Entre os itens apreendidos, um caderno de anotações chamou atenção. Segundo o delegado, ele parece ser uma prestação de contas, "o que pode levar a uma investigação sobre os financiadores dos grupos".>
A apreensão aconteceu uma semana depois da sede do Supremo Tribunal Federal (STF) ter sido atacada com fogos de artifício. >
Empresário A polícia também encontrou várias câmeras de segurança que cobrem toda a extensão do local. As imagens ainda serão analisadas. O empresário goiano André Luiz Bastos Paula Costa, apontado como dono do imóvel, será investigado.>
"O dono do imóvel é integrante de um desses grupos, o que pode ser um indício de que ele seja um dos financiadores, justamente por disponibilizar o imóvel ao grupo", disse o delegado. Costa já é investigado por ameaçar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em vídeos postados nas redes sociais.>
Financiadores O delegado Leonardo de Castro, responsável pela Cecor da Polícia Civil do DF, disse que após analisar o material apreendido e confirmados os crimes suspeitos, a polícia pode abrir uma linha de investigação sobre o financiamento das ações.>
Ele informou, sem citar nomes, que o dono da chácara já teria inclusive ameaçado o governador Ibaneis Rocha (MDB) nas redes sociais. "Pode ser um indício de que ele seja um dos financiadores do grupo, justamente por disponibilizar esse imóvel, caso seja confirmada a propriedade", declarou segundo o Estadão Conteúdo.>
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados e um senador aliados do governo, por suspeita de financiamento de atos antidemocráticos envolvendo grupos extremistas pró-governo.>