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Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2020 às 08:47
- Atualizado há 2 anos
De números considerados "satisfatórios" no combate à pandemia do novo coronavírus, conforme declaração do próprio governador Romeu Zema (Novo), Minas Gerais passou neste sábado, 20, a Estado sob risco de "lockdown" em pelo menos parte de seu território.>
A hipótese de implementação de medidas drásticas, que podem incluir o fechamento total de regiões, foi admitida pelo chefe do Poder Executivo 90 dias após a avaliação positiva feita pelo governador em relação ao controle da pandemia no Estado, em 27 de março. Ontem, Minas bateu recorde de mortes por covid-19: 36. Os óbitos agora somam 636. O total de casos é de 27.305, 1.253 a mais que o balanço de anteontem. Conforme o governador, os números ficaram acima do esperado.>
Ao longo do período entre as duas declarações de Zema foram colocados em funcionamento planos de reabertura de setores da economia por parte do Estado e também por decisões próprias de cidades, como Belo Horizonte e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, as duas maiores de Minas. Tanto na estratégia de retorno por parte do governo como dos municípios houve recuos e paralisação da reabertura, por causa do aumento no número de casos da doença e elevação nos níveis de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e de enfermagem destinados ao tratamento de infectados.>
No mesmo pronunciamento em que classificou os números como "satisfatórios", em 27 de março, Zema afirmou que era possível liberar atividades em algumas regiões do Estado porque a doença havia se espalhado de forma desigual por Minas e que não era justo que todas as cidades recebessem o mesmo tratamento. À época, Minas tinha 189 casos confirmados de covid-19 e investigava 28 possíveis mortes pela doença.>
Já na quinta-feira da semana passada, Zema afirmou que, "apesar de todas as medidas que o Estado vem tomando", o número de casos vem aumentando de forma expressiva e que, dentro de um mês, caso essa curva ascendente seja mantida, o sistema de saúde estadual sofreria um "estrangulamento total".>
A explicação do governador para a situação foi que o número de casos, nas regiões consideradas mais críticas, superou as estimativas oficiais. "Esperávamos um crescimento, mas não como tem se comportado nos últimos dias. Faço um pedido a todos os mineiros e, principalmente, aos prefeitos, que façam tudo o que estiver ao alcance. Caso contrário, podemos ter alguma medida mais drástica em alguma região do Estado", disse. Entre as áreas com números mais preocupantes estão o Vale do Aço, onde está Ipatinga, no Triângulo Mineiro, que tem Uberlândia como principal cidade, e Zona da Mata, onde fica Juiz de Fora.>
Na sexta-feira, 19, a prefeitura da cidade do Triângulo, que havia iniciado reabertura do comércio em abril e recuado de parte das decisões no final de maio, tomou novas medidas no sentido de reduzir a circulação de pessoas na cidade. A partir de amanhã funcionarão apenas os segmentos essenciais, como supermercados, mercearias e açougues.>
"Precisamos entender que o problema é coletivo. A doença está avançando e os leitos, esgotando", afirmou o secretário de Saúde do município, Gladstone Rodrigues. Números de anteontem da prefeitura apontavam para 99% de ocupação de leitos de UTI na rede de saúde municipal. O número de casos na cidade, conforme dados do Estado, é de 2.640, com 51 mortes. Já a prefeitura registra 4.748 casos, com 75 mortes.>
O recuo do Estado na reabertura do comércio aconteceu na região central, onde está Belo Horizonte. Um total de 101 cidades foram orientadas pelo governo, com base no programa Minas Consciente, a sair da onda branca - a primeira fase do processo de liberação - e voltar para a onda verde - a estaca zero do processo. O anúncio foi feito também na sexta.>
Participação voluntária As cidades não são obrigadas a participar do programa, e municípios como a capital e Uberlândia não aderiram ao esquema. Em Belo Horizonte, a reabertura foi iniciada em 25 de maio. As liberações estão previstas para acontecer semanalmente. De cinco autorizações possíveis no período, a prefeitura permitiu retornos em apenas duas ocasiões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>