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Bruno Wendel
Publicado em 13 de julho de 2018 às 16:30
- Atualizado há 2 anos
Depois dos professores universitários e engenheiros, falsos sindicalistas estão mirando os funcionários e aposentados da Petrobras. Pelo menos 20 petroleiros receberam ligações dos golpistas usando o nome do Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro) para solicitar depósitos referente à uma suposta causa judicial. Pelo menos três deles já caíram no golpe.
O caso foi registrado na 1ª Delegacia (Barris) na quarta-feira (11) e está sendo investigado pela delegada plantonista Jacqueline Cardoso Lopes Santana. A vítima é um petroleiro aposentado. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, ele ainda não foi ouvido. O inquérito foi instaurado e o petroleiro deve ser intimado para que possa prestar esclarecimentos e fornecer dados que auxiliem na investigação.
Outros cinco profissionais de duas categorias distintas também caíram no golpe. Há pouco mais de duas semanas, estelionatários ligaram para professores universitários e engenheiros usando o nome dos sindicatos para solicitar depósitos referente à uma suposta causa judicial, conforme denúncia da Associação dos Professores Universitários da Bahia (Apub) e do Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-Ba).
O golpe As vítimas receberam a ligação de uma mulher informando que houve um ganho de causa referente ao Plano Collor e solicitou um depósito na conta de um advogado, que seria do Sindpetro, como condição para receber o montante. “Um dos petroleiros é um idoso e depositou R$ 4.500. Ele está arrasado. Sequer consegue sair de casa de tanta vergonha e decepção”, declarou um dos diretores do Sindpetro, André Araújo. Uma outra pessoa depositou R$ 1 mil e a terceira R$ 900. “Uma das solicitações busca identificar a fonte dos dados, dados estes que nem o próprio sindicato tem acesso”, completou o sindicalista.
Diante da situação, o Sindpetro lançou um comunicado no site e além disso pede que caso o sindicalizado receba esse tipo de ligação, não informe qualquer dado pessoal e entre em contato com o sindicato.
“É um criminoso especial. Ele observa as instituições, as pessoas, a sociedade em geral, qualquer oportunidade e eles vão montar uma estrutura de golpe. Procuram pessoas vulneráveis, que sejam expostas à estrutura do crime e lançam o golpe”, explicou advogado do Sindpetro, Constantino Palmeira.
Professores As primeiras vítimas dos golpistas foram dois professores universitários. Segundo a Apub, há duas semanas, dois professores receberam ligações nos moldes semelhantes às dos petroleiros: uma mulher disse que os professores teriam que depositar R$ 1mil em uma conta, referente à uma causa ganha. Apenas um fez o depósito.
Assim como o Sindpetro, a Apub pede que qualquer associado que receba ligação com pedido de transação bancária, procure a associação para se certificar do que se trata.
Engenheiros Já o Senge-Ba disse que três engenheiros receberam a ligação dos estelionatários. Os falsos sindicalistas pediram um depósito no valor de R$ 2 mil na conta de um advogado, que seria da Senge-ba, como condição para receber o montante.
Segundo o presidente do sindicato, Ubiratan Félix, todo os três engenheiros que receberam a ligação chegaram a efetuar os depósitos, mas até agora só um deles conseguiu com o banco recuperar o dinheiro. Os criminosos também alteram o telefone do sindicato na página no Google.
Collor Um outro sindicalizado do Senge-ba percebeu o golpe. Um engenheiro que recebeu a ligação não tinha nenhuma ação relativa ao Plano Collor e acionou o sindicato.
Em seu site, o Senge faz um alerta. “Recomendamos que, caso receba esse tipo de ligação, não informe qualquer dado pessoal e entre em contato com o Senge”, diz o aviso. O sindicato registrou uma queixa na 9ª Delegacia (Boca do Rio).
A Polícia Civil informou que casos de estelionato são investigados pelas delegacias dos bairros que atendem às áreas onde houve a ocorrência.