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Flica começa com ampla programação gratuita em Cachoeira

Festa Literária segue até domingo (27) com mesas, performances e lançamentos

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 22:50

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Divulgação

Até domingo (27), quem passar pela cidade de Cachoeira poderá aproveitar gratuitamente de uma série de debates, eventos, apresentações artísticas e uma programação para as crianças promovidas pela Festa Literária Internacional de Cachoeira, a Flica, que começou nesta quinta-feira (24).     

 Na primeira mesa da festa, as autoras Lilia Schwarcz e Eliana Cruz debateram sobre a construção social e cultural do Brasil  através da história, que ainda  se  reflete na realidade do século XXI, em aspectos como a intolerância e o racismo. A mesa, mediada por Zulu Araújo e intitulada Cartografias do Brasil Contemporâneo, deixou o claustro do Convento do Carmo lotado. As escritoras Eliana  Cruz e Lilia Schwarcz participaram da mesa de abertura da Flica (Foto: Divulgação) Para a jornalista e escritora Eliana Cruz, diante de uma sociedade historicamente racista, a literatura pode dar voz aqueles que foram calados. “Este é o papel da arte. Ele tira o sujeito do lugar de um número e dá a ele um amor, um sentimento. Ele ganha um rosto, uma história”, pontuou. Eliana também ressaltou o sofrimento da mulher negra no Brasil. “Tive que contornar diversas pedras que o racismo impõe para poder escrever e assumir esse lugar de enfrentamento”, disse.

Perante a tantas situações que intolerância que são observadas no cotidiano, Lilia explicou como teria surgido este tipo de sentimento que prevalece em diversas relações. “Quando nos tornamos tão intolerantes? Isso não se resume a uma pessoa, a um lugar. Esta pergunta deve ser feita a nós mesmos. Vivemos nessa política odiosa do eu e do outro: eu sou justo e o outro é injusto. Cada um nós deve assumir o lugar de ser um multiplicador para denunciar e combater a intolerância”, afirmou. Lilia também ressaltou a importância da nova geração na mudança do comportamento da sociedade brasileira. “Tá na hora de imaginar diferente e, através dos jovens, estamos vivendo um momento ‘descolonial’”, disse Lilian. Wesley Correia mediou a segunda mesa, que reuniu os escritores Itamar Vieira Júnior e Marcelo Maluf (Foto: Divulgação)  Possibilidades da literatura 

As mil e uma possibilidades da literatura, a criação literária, a sociedade e o tom da prosa dos escritores Itamar Vieira Júnior e Marcelo Maluf foram os principais assuntos da segunda mesa da Flica, que teve mediação do escritor e professor Wesley Correia.  "Na literatura acontece essa troca magica pois, quando a gente pega um livro para ler, existe um acordo com o escritor e com os personagens. O leitor vive aquele tempo, aquelas vidas. A literatura é uma coisa silenciosa, solitária, pois só na solidão a gente vive aquelas vidas.  Eu adoro ler e escrever não existe uma arte que possibilidade uma troca tão profunda como literatura", disse Itamar, que venceu a última edição do Prêmio Leya, com o romance Torto Arado.  

Para o paulista Marcelo Maluf,  a literatura é um agente de transformação social que pode trazer mudanças para a humanidade. “Diante da falta de empatia que estamos vivendo atualmente, onde os nossos governantes não veem o outro, a literatura chega para cumpri esse papel. Ela pode, dentro das histórias, nos tornar mais humanos”, explicou o autor. 

A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) é uma apresentação do Governo do Estado da Bahia, realização da Icontent e Cali, patrocínio da Coelba via Fazcultura e Governo do Estado, apoio institucional da Rede Bahia e apoio da Prefeitura Municipal de Cachoeira. Durante a abertura oficial o gerente executivo da Icontent, Luis Moreira, classificou a Flica como um agente de transformação e pontuou a importância do evento ser realizado no Recôncavo.  “Cachoeira é marcada por vitórias em suas lutas, pela obstinação em seus combates e pela força do seu povo. Hoje isso virou legado: da economia à cultura, da literatura à educação, da festa à celebração”, ressaltou. 

Também presente, a  secretária de educação do estado da Bahia, Arany Santana, pontuou a relevância do evento para todo o país e de como a literatura pode contribuir para a ampliação da cidadania e para a formação da juventude. “É necessário ouvir os jovens, formular leitores, descobrir novos leitores e novos talentos. Desta forma, é possível renovar a  literatura brasileira e contribuir para desenvolvimento humano”, disse a secretária. Novo espaço da Flica é focado no público jovem (Foto: Divulgação) Geração Flica discute literatura com o público jovem

O público que acompanha a Flica passou a ganhar nesta nona edição de Festa literária um espaço com autores que conversam com a linguagem jovem. A Geração Flica, com curadoria e mediação de Bárbara Sá, o espaço foi aberto nesta quinta-feira  com os autores Edgard Abbehusen, Pam Gonçalves e Clara Alves que falaram sobre temas como redes sociais  e inspirações.

Na primeira mesa do espaço, Edgard Abbehusen falou sobre literatura e redes sociais. O muritibano, que possui mais de 700 mil seguidores no Instagram, começou a carreira como escritor ao escrever pequenos contos e textos na rede social, o que rapidamente viralizou. Abbehusen que possui dois livros publicados, após o sucesso na internet, falou sobre o processo de escrita. “O meu primeiro livro foi escrito no susto. Foi um processo bem legal pq tem conto, tem poema, tem crônicas, brinquei com minha própria capacidade de escrever. Foram contos baseados em histórias reais e as cônicas também foram muito bem aceitas”, explicou.

Já Pam Gonçalves contou um pouco sobre como começou o processo da escrita de livros.“Foi como um desafio, não foi como um sonho mas isso que é a prova de que todo mundo pode ser escritor, todo mundo tem história pra contar”, disse.Pam, ainda conta que em seu primeiro livro, Boa Noite, lançado em 2016, ela procurou trazer referências brasileiras, já que não encontrava facilmente.

Jornalista e autora de Conectados, Clara Alves falou sobre video games e representatividade feminina. Ela contou que, apesar de não ser uma gamer, acompanhou a realidade de amigas e conhecidas, que chegavam a entrar em plataformas de jogos online com perfis falsos, para não sofrerem ataques de machismo na web.A história do seu livro, lançado este ano, toma forma a partir desse ponto de vista.