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Donaldson Gomes
Publicado em 10 de abril de 2020 às 03:39
- Atualizado há 2 anos
Recado dado A mineração precisa se preparar para o pós crise. Este foi o recado que Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), passou para o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e mais 30 entidades ligadas ao setor. "Ficam falando em fazer mineração em terra indígena, que é algo que vai demandar muita discussão, e deixam de fazer onde já se tem minério e já está tudo pronto para retira-lo do solo", disse em uma reunião virtual no último domingo. A observação de Tramm foi direcionada para a região Sudoeste da Bahia, onde a Bamin tem ferro a perder de vista e uma mina pronta para ser explorada, além de outros projetos em diferentes estágios de andamento. Juntos, podem levar Caetité e cidades vizinhas a produzirem mais de 40 milhões de toneladas de minério em um futuro próximo. Falta só a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) que, sabe-se lá porque, o governo federal vive adiando a licitação. As palavras de Tramm surtiram efeito e o Ministério de Minas e Energia incluiu a Fiol em sua lista de projetos estratégicos para o setor mineral brasileiro.
Olha a conta O presidente da CBPM Antonio Carlos Tramm usa um cálculo simples para demonstrar a importância da Fiol para a economia brasileira. Com o preço do minério de ferro em torno de US$ 90 por tonelada e a Cfem, royaltie do setor mineral, para o ferro em 3,5%, a produção na região Sudoeste vai render por ano mais de R$ 500 milhões. Isso sem contar o consumo de produtos e a movimentação econômica gerada pela massa de salários. É muita coisa, mas falta a estrutura de escoamento, lembra Tramm. "Mineração é uma atividade essencial, que pode transformar positivamente a realidade não apenas da nossa Bahia em particular, mas de todo o Brasil", avalia o presidente da CBPM.
Andamento De acordo com a Valec, empresa federal responsável pelo projeto, os 537,2 quilômetros do primeiro trecho da Fiol – entre as cidades baianas de Ilhéus e Caetité – estão 73,6% concluídos. A ferrovia completa deverá ter 1.022 quilômetros, ligando o litoral sul baiano à cidade de Figueirópolis, em Tocantins. O governo baiano apresentou o projeto a investidores chineses, que demonstraram interesse em investir na ferrovia. Mas o problema é que a licitação, prevista para o final do ano passado foi adiada para o último mês de março. No dia 22, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, informou à Agência Infra que a crise do coronavírus deverá atrasar as licitações do setor. Além disso, o projeto da Fiol está parado no TCU, aguardando análise técnica.
E a ponte? Outro investimento de infraestrutura na Bahia impactado pela crise do coronavírus é a Ponte Salvador-Itaparica. Primeiro, os chineses ficaram isolados lá e agora estamos todos isolados do lado de cá. Ainda assim, o governo baiano garante que o contrato de licitação com o consórcio vencedor será assinado até o final deste mês, portanto dentro do prazo previsto. Segundo informações do governo baiano, equipes técnicas da Bahia e da China tem tratado desde janeiro questões como as áreas dos canteiros de obra, licenças ambientais e a apresentação de uma prévia do cronograma de construção.