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Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 09:11
- Atualizado há 2 anos
Os feridos no conflito entre fazendeiros e indígenas no sul da Bahia são dois homens que faziam a segurança particular de uma fazenda, em Porto Seguro. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.>
Eles deram entrada no Hospital Municipal Frei Ricardo, com escoriações causadas por um conflito com os indígenas. Ainda segundo a polícia, as lesões foram leves e eles já receberam alta hospitalar.>
O caso está sendo investigado pela 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis), que trabalha para identificar os autores.>
Entenda o caso O clima é de tensão no Sul da Bahia, desde o início da semana. Indígenas afirmam que um grupo armado invadiu um território pataxó. Vídeos feitos pelos moradores mostram a região da aldeia Barra Velha sendo alvo de tiros. Ao CORREIO, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que está apurando o conflito e reforçou o policiamento ostensivo no local. >
Por conta do ataque, cerca de 600 famílias precisaram deixar suas moradias e esconder na mata, segundo Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, coordenador Geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba). >
"Por volta das 15h eles me ligaram dizendo que os fazendeiros estavam fazendo um cerco nas aldeias Boca da Mata e Cassiana. Imediatamente fiz contato com as polícias de Salvador e com a Justiça para informar o que estava acontecendo", disse Agnaldo. >
A disputa entre os indígenas e fazendeiros, por terras demarcadas, já está em processo no Ministério da Justiça e também é investigada pela Polícia Federal. >
Agnaldo Pataxó contou ainda que, ao anoitecer, recebeu novas ligações de membros do Mupoiba, que estão no local, para informar que houve ataques com disparos de arma de fogo e invasão das casas. >
"Me falaram que tinham duas pessoas mortas e alguns parentes feridos. Orientamos que todos eles deixassem suas casas e buscassem proteção em um lugar seguro. Estão todos escondidos na mata. Agora é pedir forças para que não achem e não matem ninguém", explicou o representante indígena. >