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Gil Santos
Publicado em 6 de outubro de 2021 às 15:46
- Atualizado há 2 anos
Familiares do barbeiro Luan Bruno Lopes, 23 anos, vão entrar com um pedido de habeas corpus para tentar consegui a liberdade do jovem. A prisão dele, efetuada no dia 22 de setembro, tem sido motivo de protesto e de polêmicas. A polícia afirma que ele confessou o crime. A família argumenta que o jovem foi espancado para confessar o roubo e que os envolvidos disseram que ele é inocente. Nesta quarta-feira (6), houve protesto.>
Tudo começou no dia 22 de setembro. Três homens em um carro assaltaram clientes de um restaurante no bairro do Rio Vermelho. Dois bandidos desceram do veículo, anunciaram o assalto e levaram os pertences das vítimas, enquanto o outro permaneceu no volante. Entre os objetos roubados estavam dois aparelhos de celular que foram rastreados pela polícia. Luan e a barbearia onde houve a prisão (Foto: reprodução) Naquele mesmo dia, algumas horas após o crime, o sinal dos aparelhos levou os policiais até uma barbearia no bairro do Vale das Pedrinhas. O estabelecimento pertence a Luan e ao sócio dele. O pai do jovem, o comerciante Gerson Lopes Júnior, contou como tudo aconteceu.>
“Luan estava almoçando quando um cliente, que também é primo dele, pediu para cortar o cabelo. Era 13h10. Meu filho nem terminou de almoçar e abriu a barbearia. O sócio dele, Matheus, chegou logo depois e os três estavam conversando no estabelecimento quando a polícia chegou”, contou.>
Antes de prender os três jovens, os policiais identificaram que o carro que estava parado na porta da barbearia tinha sido o veículo usado no assalto. A polícia diz que encontrou os celulares roubados e revólver com os jovens. A família afirma que os pertences e a arma estavam no carro e que o veículo pertence a um vizinho, que não foi localizado. No dia seguinte, a polícia prendeu mais um suspeito de participação no crime.>
Segundo a família de Luan, o sócio dele na barbearia e o rapaz que foi preso no dia seguinte confessaram o crime e contaram que o terceiro homem era o vizinho do carro. E que tanto Luan como o cliente que foram presos no dia 22 não participaram do crime. O cliente já foi liberado, mas Luan continua preso porque confessou.>
O comerciante disse que o filho foi espancado para confessar e que o jovem só não relatou os maus tratos no momento de fazer o exame de corpo de delito porque havia um policial ao lado dele. Luan já passou por audiência de custódia, mas teve a liberdade negada.>
“Meu filho não tem registro policial, nunca entrou em uma delegacia, tem residência fixa e temos depoimentos de que ele foi agredido para confessar. O cliente que foi preso e depois liberado contou que ele foi espancado para assumir o crime. Eu não consigo entender porque ele ainda está preso. A mãe dele e eu estamos sem dormir direito sabendo que meu filho está preso por um crime que não cometeu”, disse.>
A polícia nega essa versão e diz que um revólver calibre 38 e pertences das vítimas foram apreendidos com Luan, que confessou o envolvimento no crime e foi autuado por roubo. E que após ser submetido a exame de lesões corporais, o jovem foi encaminhado para audiência de custódia, onde teve o flagrante convertido em prisão preventiva e permanece à disposição da Justiça.>
Nesta quarta-feira (6), familiares, amigos e vizinhos fizeram um protesto na Avenida Juracy Magalhães, nas imediações do Vale das Pedrinhas. Eles queimaram pedaços de madeira e papelão, e bloquearam a via durante algumas horas. O grupo ameaçou fazer novos protestos nos próximos dias e pediu por justiça.>